(PARTE 1) SÉRIE: COMBATENDO AS FORÇAS ESPIRITUAIS. ESTUDO Nº 1
Embora a grande maioria esteja em completa ignorância, a realidade é que todo o ser humano, sem exceção, se encontra engajado na maior e mais importante batalha do universo. A única diferença entre nós é quanto a que lado dessa luta cada um se encontra; não existe neutralidade neste conflito. Independentemente de quem seja, cada um está cumprindo a sua parte nesta batalha espiritual que começou já há muitos anos no céu, quando um poderoso anjo decidiu se rebelar contra o seu Criador e seguir o seu próprio caminho, separando-se assim da única fonte existente de paz; da única fonte existente de felicidade; da única fonte existente de vida. No processo, o anjo conhecido por vários nomes, o nosso inimigo, Satanás, conseguiu convencer um terço das hostes angelicais a se unir a ele, criando assim as forças espirituais do mal que até hoje nos mantém em uma ininterrupta batalha pelo destino final de toda a alma humana: vida eterna ou morte eterna, céu ou inferno.Por Markus DaSilva, Th.D.
“Os ataques são de fato a nível espiritual, com um objetivo espiritual, mas os efeitos deles são claramente vividos na mente e no corpo.”
Ao nosso irmão João foi dado, em visão, um vislumbre deste evento no céu quando ele ainda se encontrava exilado na ilha prisão Patmos, localizada na Grécia; atualmente desativada e aberta aos visitantes. De lá, em torno do início do segundo século, ele nos escreveu: “Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete coroas; a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra” (Ap 12:3-4). O Diabo, esse antigo “dragão” a quem João se refere, é o líder do exército que se opõe a Deus e a todo aquele que ama e que obedece ao Filho unigênito do Pai, o nosso salvador: Jesus. E Jesus também nos relata sobre o mesmo evento descrito por João: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10:18). Finalmente, lembremos que a um tempo atrás, durante o seu ataque ao nosso irmão Jó, o próprio Satanás confessou que a sua atual ocupação é de fato circular no nosso meio: “O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela” (Jó 1:7; Jó 2:2).
Quando considerada de uma forma superficial, pode parecer que esta não é uma guerra justa, uma vez que nós, que fazemos parte do exército do Senhor e batalhamos contra as forças espirituais do mal, enfrentamos um inimigo que na maior parte do tempo não podemos ver e que apenas tomamos conhecimento dos seus ataques através da dor que sentimos decorrentes dos golpes emocionais, mentais e físicos que frequentemente sofremos. Ou seja, os ataques são de fato a nível espiritual, com um objetivo espiritual, mas os efeitos deles são claramente vividos na mente e no corpo. A conclusão, porém, que estamos em desvantagem nesta batalha espiritual apenas seria verdade se batalhássemos a sós, se não possuíssemos todas as necessárias instruções para vencê-la, e mais importante, se já não tivéssemos lido as últimas páginas do Livro Santo, e não estivéssemos a par de como tudo terminará: “e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre” (Ap 20:10). Ou seja, estamos lutando contra um inimigo já vencido e, portanto, se existe uma desvantagem, então ela se encontra do lado do exército de Satanás e não do lado de Deus.
Não estamos sós nesta guerra. Nunca estivemos e nunca estaremos, conforme o nosso amado Jesus nos prometeu: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28:20). Na realidade, se estivéssemos sós já há muito tempo teríamos sido destruídos, mas não fomos, e somente este fato já deveria ser o suficiente para vermos que os guerreiros celestiais do lado vencedor desta batalha espiritual estão continuamente conosco. Foi isso o que o rei Davi quis dizer com as palavras: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34:7). São nos momentos mais difíceis, são durante os mais violentos ataques das forças do mal, que procuramos em desespero e ouvimos a confortadora voz do nosso Pai: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” (Is 41:10).
Tudo o que foi escrito acima não é nada mais do que a pura verdade. Realmente, o exército do Senhor está lutando juntamente conosco neste grande conflito espiritual entre a Luz e as trevas. Realmente, em Cristo somos mais que vencedores. Mas, se tudo isso é verdade, por que às vezes nos sentimos tão fracos e desanimados? Por que às vezes nos sentimos como que perdidos, sem saber para que lado caminhar? Sem saber se o nosso pedido de reforço foi ouvido ou não? Por que com frequência, quando mal saímos de uma emboscada já estamos enfrentando outra? Fazemos essas perguntas para nós mesmos, e tudo isso nos abala e às vezes nos faz sentir cansados de lutar. Queremos ser mais fortes, mais corajosos. Queremos não apenas saber na teoria que já vencemos esta batalha, mas também queremos sentir, viver e comportar como tal.
Sim, todas essas dúvidas, ainda que não de uma forma tão clara, surgem na mente de todo o servo de Deus que ainda se encontra neste lado da eternidade: “Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?” (Hab 1:2). Sim, frequentemente nos parece que o nosso grito de socorro foi ignorado, como que se Deus não soubesse da nossa situação: “Senhor, por que agirias como alguém pego de surpresa? Como um guerreiro forte, mas que não pode salvar? Porém, tu estás no meio de nós, Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares” (Jr 14:9).
Nesta nova série, com a constante e indispensável ajuda do Espírito Santo, procuraremos abordar em detalhes os vários aspectos da batalha espiritual que todos nós temos que participar, querendo ou não. Isso mesmo, querendo ou não, todos os dias mal saímos da cama e já começamos a lutar. Aliás, existem dias que antes mesmo de acordar já estamos levando golpes do inimigo enquanto dormimos, de tal forma que, ao abrirmos os olhos pela manhã, não sabemos como pode ser, mas já nos sentimos cansados e feridos, de fato nos sentimos como alguém que acordou dentro de uma trincheira em uma frente de batalha, aos sons de gritos, tiros e explosões.
Nos estudos que seguem, iremos expor várias técnicas elaboradas pelo Diabo e executadas pelo seu exército para retirar do cristão a sua paz, levá-lo ao desânimo e enfraquecê-lo, para assim conseguir afastá-lo do caminho da obediência e santidade que o nosso Pai espera de todos os seus filhos (Jo 14:21; 1Pe 1:15-16). Não só queremos expor muitas das suas técnicas como também oferecer soluções para cancelá-las; para torná-las sem efeito. Ou seja, se Deus nos abençoar neste projeto, queremos fornecer aos nossos irmão armas espirituais de resistência e contra-ataque, que se usadas com precisão e frequência, colocarão o exército inimigo em retirada: “resisti o Diabo e se firmem na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos ocorrem entre os vossos irmãos no mundo” (1Pe 5:9).
Amados, terminando esta introdução em uma nota positiva, deixe-me ser extremamente claro em afirmar que por mais forte e tenebroso que Satanás e seu exército possa parecer, devemos sempre lembrar que “maior é Aquele que está em nós do que aquele que está no mundo” (1Jo 4:4). Sim, estas palavras, do mesmo irmão João que mencionamos no início deste estudo, está repleta de verdades. A batalha do bem contra o mal começou no local mais lindo, mais tranquilo, mais agradável do universo, que é o céu. E foi de lá, deste mesmo paraíso, que veio até nós o único que poderia vencer de uma vez por todas Satanás e seu exército (Jo 3:13). E cerca de dois mil anos atrás, no local mais horrível, mais violento, mais hostil do universo, em um local conhecido como “O Lugar da Caveira” (Mt 27:33); em um local completamente oposto ao céu, Jesus deu a sua própria vida para nos dar a salvação e nos tornar mais que vencedores de todas as forças espirituais do mal. Jesus, o nosso amado Salvador, que está em nós, é maior do que o nosso inimigo, ainda que o seu exército fosse multiplicado milhares de vezes. Espero te ver no céu.
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