O QUE DEUS QUER DE NÓS?
Por Markus DaSilva, Th.D.
O que Deus quer de nós? Teólogos e filósofos debatem essa pergunta por séculos. Uma grande parte dos cristãos crê que existe uma lista personalizada, dada por Deus, que serve como uma espécie de guia de como agradá-lo (não estou me referindo à Bíblia). Também se entende que essa lista imaginária é bastante flexível, podendo variar não só no seu tamanho, como também na sua rigidez. Por exemplo, para alguns, deve-se ir à igreja pelo menos duas vezes por semana, enquanto para outros, apenas em ocasiões especiais, e ainda para outros, congregar nem consta nesta lista. Essa mesma flexibilidade é também observada nas ofertas, leitura da bíblia, oração, músicas, entretenimentos… etc. Cada um possui a sua lista e cada um procura na medida do possível obedecê-la. Se algo nessa lista começa a incomodar, basta editá-la até que fique aceitável, pois, como já disse, tudo isso é adaptável. Obviamente a implicação é que se a lista é flexível, se os seus itens são adaptáveis à conveniência de cada um, o autor dessa lista, Deus, também o é.
“Aquele que imagina que o Senhor aceita qualquer coisa que não seja o nosso todo, está adorando a um outro deus.”
Queridos, vocês já me conhecem e sabem muito bem para onde vou com esse raciocínio. Essa introdução apresenta uma triste realidade. Vemos aí a situação absurda em que tantos dos nossos irmãos se encontram. O fato é que essa lista imaginária tem como autor não o Senhor, mas sim o próprio homem. Este deus tão popular nestes últimos dias não é o Deus das escrituras, mas sim uma figura de ficção, inventada para satisfazer os desejos do homem carnal. A realidade é que, não querendo mudar, eles insistem em dizer que Deus mudou; na prática, vivem e ensinam o conceito de um criador sem qualquer respaldo bíblico. Pregam um deus que não possui desejo próprio e que aceita qualquer coisa que as suas criaturas queiram oferecer. Tudo é bem-vindo, tudo é recebido com gratidão. Desde que seja dado “de coração”, tudo é aceito com alegria por esse deus que não existe.
A ideia de que o Criador é um Deus que entende as tendências e as preferências das suas criaturas; a ideia de que o Senhor não exige nada específico do homem, mas sim aquilo que o seu coração estiver inclinado a ofertar, não é uma ideia nova, mas na realidade sempre existiu. Um dos primeiros seres humanos, Caim, já possuía a sua lista imaginária quanto àquilo que Deus queria dele. Desde que o pecado entrou no mundo, o Sangue de Jesus deveria ser a única forma do homem se vê em paz com Deus. O sangue do animal inocente simbolizava o sangue do verdadeiro Cordeiro inocente que tira os pecados do mundo (Lv 17:11; Hb 9:22). Quando chegou o dia de trazer a sua oferta ao Senhor, Caim apresentou não o que Deus pediu, mas sim aquilo que imaginou agradar a Deus (Gn 4:3); Sendo agricultor, ele ofereceu aquilo que possuía em abundância, o fruto da terra… Caim ofertou aquilo que o seu coração determinou ser o correto, mas o Senhor o recusou (Gn 4:5; Hb 11:4).
Irmãos, o verdadeiro servo de Deus; aquele que realmente O ama, está continuamente procurando obedecer ao Senhor em absolutamente tudo (Jo 14:15). O servo fiel mantém o seu ouvido atento à voz do seu querido Mestre. A maior alegria do seu coração é quando o Senhor lhe pede por algo, pois, dessa forma pode agradar ao seu amado Criador; não oferecendo aquilo que o coração determina, mas exatamente o que foi pedido (Mt 24:46-47). Esse é o seu prazer, esse é o seu foco.
Amados, o Senhor não procura uma boa parte do seu tempo; uma boa parte do seu dinheiro; uma boa parte do seu coração; uma boa parte do seu amor. Isso porque a nossa salvação não custou uma boa parte do que Deus possuía. Em Jesus, Deus entregou a Si próprio; em Cristo, o Senhor sacrificou tudo (2Co 5:19; Jo 3:16; Jo 10:30; Ro 5:10 ). O que Deus quer de nós? Tudo aquilo que temos e somos (Mt 22:37). Aquele que imagina que Deus aceita qualquer coisa que não seja o nosso todo, está adorando a um outro deus. Queridos, já se aproxima o dia. Triste será o fim dos indecisos. Espero te ver no céu.
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