(PARTE 1) O FIM DOS MORNOS: RECUSANDO OBEDECER AS PALAVRAS
DE JESUS
Por Markus DaSilva, Th.D.
Há mais de 30 anos, aceitei a Jesus como o meu Salvador em uma pequena igreja Batista no interior de Minas. Me lembro como se fosse hoje, quando corajosamente levantei a mão, respondendo com alegria ao apelo feito por um pastor visitante, que descreveu perfeitamente a minha situação de alguém que se encontrava vacilante “em cima do muro”, sem saber se ficava de um lado ou do outro nesta grande batalha entre as forças do mal e as forças do bem. A minha namorada na época, sentada do meu lado, ficou assustada com a minha decisão, mas se manteve firme até a sua morte, que eu saiba, em não assumir o mesmo compromisso de caminhar com Jesus rumo à vida eterna, para a tristeza da sua mãe, uma fiel serva do Senhor e membro da Assembleia de Deus da nossa cidade.
“São esses que naquele dia insistirão com Jesus que faziam parte do seu povo, apesar de não terem produzido frutos de arrependimento e santificação.”
Antes desse dia, eu já sabia que se tomasse tal decisão teria que haver uma mudança radical na minha vida, envolvendo lazer, vícios, amizades, namoro e até profissão. Sem ninguém ter me alertado, no meu coração eu já sabia dessas coisas. Não creio que existe algo diferente em mim quando se trata de estar consciente em relação às coisas que Deus aprova e às coisas que Ele desaprova. Na realidade, tenho certeza que todos os seres humanos adultos estão bem a par de tudo aquilo que fazem contrário à vontade de Deus. Paulo nos escreveu sobre isto: “pois mostram a obra da lei escrita no coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Ro 2:15). Esta verdade pode ser facilmente confirmada com as pessoas que conhecemos. Pergunte qualquer indivíduo, não convertido, e ele lhe dirá (se for honesto) que realmente teria que abandonar certas práticas se aceitasse a Jesus. No seu íntimo, ele já sabe que o mundo onde se encontra e o mundo que Deus oferece são incompatíveis, assim como luz e trevas (2Co 6:14). O Senhor coloca esse conhecimento básico nas suas criaturas para que a decisão de O seguir seja consciente e não às cegas. Se alguém não está disposto a pagar o preço do discipulado, é melhor que fique de fora (Lc 14:25-34).
Sabemos muito bem que a maioria dos seres humanos não quer se envolver com as coisas de Deus, ponto final (Mt 22:14). Sabemos também que um grupo pequeno segue a Jesus em amor e obediência. Fortalecidos por sua maravilhosa graça, estes aguardam a vinda do Senhor com alegria (2Tm 4:7). Os verdadeiros servos de Deus tomaram a decisão se seguirem fiéis nesta caminhada rumo à Canaã celestial, obedecendo à tudo aquilo que lhes foi pedido como requerimento para percorrerem o caminho de santidade descrito pelo profeta Isaías: “E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos” (Is 35:8). [Acesse Série Sobre a Santidade]
Este texto não é sobre nenhum desses dois grupos, mas sim sobre um terceiro. Este pequeno estudo é sobre um grupo que imagina ser possível seguir a Jesus sem ter que aceitar a parte que não gosta. Eles racionalizam, argumentando que quando Jesus diz que temos que perder a nossa própria vida para segui-lo (Lc 14:26), Ele se refere ao coração e não ao mundo físico. Usam a palavra “coração” porque assim transformam as claras palavras do Senhor em algo poético, de interpretação individual, como se Deus aceitasse qualquer tipo de resposta ao seu contínuo chamado de separação do mundo e completa dedicação à sua obra, conforme nos foi exemplificado pelo próprio Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra” (Jo 4:34). Dizem coisas como: “Isso não tem nada a ver. Deus conhece o meu coração”! E assim seguem, ignorando as palavras de Jesus, abusando da graça, e vivendo uma vida às vezes mais mundana do que a de muitos mundanos. [Acesse Série Sobre a Graça]
Queridos, espero que vocês não estejam nesse grupo, pois estes são os mornos; nem frios nem quentes, os quais muito em breve serão vomitados pelo Senhor (Ap 3:15). São estes que naquele dia insistirão com Jesus que faziam parte do seu povo, apesar de não terem produzido frutos de arrependimento e santificação; foram arvores inúteis e apenas ocuparam terreno. Serão assim cortadas e lançadas ao fogo: “Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:19-21).
Amados, imploro que não sejam pessoas insensatas, imaginando que o chamado de Jesus para uma vida completamente dedicada a Ele não tem mais valor. Nada mudou. Suas palavras são tão válidas hoje como foram quando ainda as falava. Vocês não podem possuir este mundo presente e ao mesmo tempo herdar a vida eterna: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará” (Mc 8:34-35). Mais claro que isso é impossível. Não existe salvação para os amantes desta terra. Espero te ver no céu.
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