(PARTE 1) SÉRIE: VIVENDO PELA FÉ. ESTUDO Nº 1: O DOM COMUM DA FÉ
A caminho do trabalho, sigo sentido norte em uma estrada que vai do sul da Flórida até o estado de Maine, no extremo nordeste dos EUA. O dia ainda não amanheceu, mas já tenho que ziguezaguear entre inúmeros caminhões de todos os tipos e tamanhos. Essa é a minha rotina diária. Em voz alta, oro ao Senhor sobre o que escrever aos queridos irmãos. Tenho vários assuntos guardados para a hora certa; alguns destes esperando o desfecho de eventos que vivo no momento. Estou prestando atenção nos detalhes, pois creio que o Senhor deseja que eu os relate mais à frente.Por Markus DaSilva, Th.D.
“A fé em si não é algo que se limita ao cristianismo, mas é um dos vários dons comuns que Deus deu a todos, assim como o amor, a caridade, a compaixão e a humildade.”
Por causa da desobediência de Adão e Eva, os seres humanos se encontram em uma situação difícil. Antes do primeiro pecado, gozávamos de um relacionamento sem barreiras com o Criador (Gn 3:8-10). Não havia separação entre o mundo espiritual e o físico. Víamos e conversávamos com os seres celestiais da mesma forma que atualmente vemos e conversamos com os nossos amigos e parentes. Isso era possível porque ainda possuíamos o coração original, puro, santo, que nos foi dado pelo criador, o filho único de Deus: Jesus (Jo 1:1-3). Agora, porém, sem a perfeita santidade que antes tínhamos, sendo carne, salvo algumas situações especiais, não é mais possível ao homem presenciar seres santos, em sua glória, e sobreviver, tal qual ouvimos de Manoá, pai de Sansão, logo após ele ter visto e ouvido do anjo do Senhor: “Disse Manoá a sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus” (Jz 13:22). Ver também: Gen 32:30; Ex 33:20; Dt 5:26.
Vivemos em uma situação em que a única forma de relacionarmos com o nosso Deus é nos transportando além do físico para o espiritual. Isso, amados, é algo simplesmente incrível. Tomamos certas decisões importantes, não com base no raciocínio humano, não em como as coisas aparentam ser, mas baseado nas instruções e desejos de um Ser que não vemos com os olhos e que não ouvimos com os ouvidos, mas que O amamos a ponto de obedecê-lo. Isso se chama: “viver pela fé” (Jo 20:29; Heb 10:38).
A fé em si não é algo que se limita ao cristianismo, mas é um dos vários dons comuns que Deus deu a todos, assim como o amor, a caridade, a compaixão e a humildade. Basta observar como os adeptos de várias religiões pagãs, no passado e no presente, também demonstram fé nos seus deuses pagãos (1Rs 20:23; 2Rs 17:17; 2Rs 21:6). Eles muitas vezes possuem até mais fé do que nós, que adoramos o único e verdadeiro Senhor. Essa verdade pode ser facilmente verificada nos casos de fiéis de outras religiões que nos últimos anos têm demonstrado imensa fé nas suas crenças, a ponto de se disporem a matar e a morrer por aquilo que creem.
O lado positivo de que Deus não limitou o dom da fé a apenas um grupo de pessoas é que assim podemos ver que todos os seres humanos possuem fé, incluindo eu e incluindo você. O inimigo, todavia, procurará de toda a forma possível colocar na nossa cabeça que não possuímos qualquer fé e que, portanto, devemos nos conformar com a nossa situação de mediocridade espiritual. O diabo não quer que cresçamos em intimidade com o nosso Pai. Sim, porque é quando somos íntimos de Deus que teremos a ousadia para pedir grandes coisas, na certeza de que seremos atendidos. Foi esse o significado das palavras de Jesus: “Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis” (Mt 11:24).
Quando vemos que até mesmo aqueles que não temem o Deus das Escrituras Sagradas estão dispostos a corajosos feitos baseado somente na fé em seus deuses, então naturalmente questionamos o porquê nós, que cremos no único Deus e no seu Filho amado, não podemos e devemos ser mais corajosos, e tomarmos decisões ousadas, na certeza que o nosso Pai honrará a fé de todo aquele filho que vive em obediência, tal qual ouvimos do nosso irmão João: “e qualquer coisa que pedimos, dele a recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável diante dele” (1Jo 3:22).
Queridos, este é um assunto profundo e de extrema importância. Este é o primeiro estudo desta série tratando desse tema. Ainda não sei até aonde o Senhor me levará dentro dessa matéria, mas minha esperança é que, através desses estudos, muitos cresçam em intimidade com o nosso Deus. Por agora, deixe-me apenas ressaltar um ponto: não pensem que as suas lutas se tratam apenas daquilo que se vê. Sim, eu sei que são as coisas visíveis que causam a dor, que causam o choro e o desespero, mas procurem exercitar a sua fé e verão que tem muito mais em jogo do que se imagina (Ef 6:12). Assim como fez o profeta Eliseu, peçam ao Senhor que lhes dê um vislumbre daquilo que realmente está ocorrendo ao seu redor (2Rs 6:17). Vocês podem não ver as carruagens de fogo como ele via, mas certamente verão o suficiente para se animarem e seguirem adiante. No mais, lembrem-se que o alívio que Deus está providenciando para os sofrimentos dos seus filhos é final e permanente. O foco do Senhor é menos o nosso conforto temporário neste vale de lágrimas e muito mais a alegria eterna que nos aguarda na nossa residência permanente (Ap 21:4). Falta pouco tempo. Vai valer a pena. Espero te ver no céu.
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