Israel realizou a maior operação militar na Cisjordânia em 20 anos
A ação durou dois dias e deixou pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos em Jenin, cidade ao norte da Cisjordânia.
Na segunda-feira (03), Israel realizou sua operação militar mais intensa na Cisjordânia ocupada em quase duas décadas. A ação envolveu uma série de ataques com drones e o envio de centenas de soldados em uma missão declarada contra um reduto militante.
A repressão lembrou as táticas militares empregadas por Israel durante o segundo levante palestino no início dos anos 2000 e aconteceu em um momento de pressão doméstica crescente, em resposta enérgica aos recentes ataques contra colonos israelenses, incluindo um tiroteio no mês passado que matou quatro pessoas.
Segundo a AP, a operação ocorreu no campo de refugiados de Jenin – uma área no norte da Cisjordânia que há muito é conhecida como um bastião de militantes.
A operação, que teve início com ataques de drones realizados tarde da noite, seguidos por uma abrangente varredura conduzida por centenas de soldados israelenses, deixou pelo menos 12 palestinos mortos e cerca de 100 feridos. Além disso, um soldado israelense também perdeu a vida durante a ação.
Cidade fantasma
A operação de dois dias, conduzida pelas forças militares de Israel, teve como objetivo declarado atingir infraestrutura e depósitos de armas pertencentes a facções militantes no campo de refugiados de Jenin.
As forças militares bloquearam o tráfego de entrada e saída de Jenin, transformando a cidade em uma espécie de cidade fantasma. As ruas estavam desertas, com apenas veículos blindados israelenses fazendo patrulhas. Em rotatórias, montes de pneus em chamas e contêineres de lixo lotavam o cenário. Além disso, o fornecimento de energia e água foi interrompido no campo de refugiados.
A operação resultou em um cenário de ruas destruídas e carros incendiados. Durante a investida, jovens palestinos jogavam pedras em veículos do exército antes de fugir.
Após a retirada das forças israelenses na noite de terça-feira, os líderes da Jihad Islâmica, apoiada pelo Irã, juntamente com outras facções armadas, reivindicaram a vitória. O clima entre os moradores que retornaram para suas casas na região parecia desafiador, refletindo a persistente tensão e a sensação de um conflito em suspenso.
‘Danos civis mínimos’
Em um pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou: “Nos últimos meses, Jenin se transformou em um porto seguro para o terrorismo. Estamos acabando com isso”.
Ele disse que as tropas estavam destruindo centros de comando militantes e confiscando suprimentos de armas e fábricas. E alegou que a operação estava ocorrendo com “danos mínimos aos civis”.
O contra-almirante Daniel Hagari, principal porta-voz militar, informou que ocorreram aproximadamente 10 ataques aéreos durante a operação.
A maioria desses ataques tinha como objetivo afastar os atiradores das tropas terrestres. Hagari também acusou os militantes de estarem operando em proximidade a um prédio das Nações Unidas e de armazenarem armas dentro de uma mesquita.
Ele disse que Israel lançou a operação porque cerca de 50 ataques no ano passado partiram de Jenin.
‘Repelir militantes’
Israel afirma que os ataques têm como objetivo repelir os militantes. Por outro lado, os palestinos argumentam que essa violência é inevitável devido à ausência de um processo político com Israel e ao aumento da construção de assentamentos na Cisjordânia, além da violência cometida por colonos extremistas.
Segundo Israel, a maioria das pessoas mortas durante as incursões eram militantes, porém também houve mortes de jovens envolvidos em atirar pedras e protestar contra as ações militares, bem como de pessoas que não estavam envolvidas nos confrontos.
Em 1967, durante a Guerra do Oriente Médio, Israel capturou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza. Desde então, os palestinos têm buscado esses territórios para estabelecer seu Estado independente.
Alexandrepfilho Gospel Via Guiame Gospel
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