Israelenses se preparam
para celebrar o Rosh Hashaná,
enquanto país entra
no 2º lockdown
Pela primeira vez em seus 62 anos de história, a
Grande Sinagoga de Jerusalém está fechada
para festas de fim de ano.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS
ATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 18 SETEMBRO DE 2020 AS 8:25
Nas últimas semanas, Israel tem vivido seus piores e melhores dias
ao mesmo tempo, já que assinou acordos históricos com dois países árabes,
mas também está entrando em um segundo lockdown devido à pandemia do
coronavírus, pouco antes do início das festas de fim de ano judaicas
(Rosh Hashaná). No calendário judaico, será marcada a entrada do ano 5781.
Pela primeira vez em seus 62 anos de história, a
Grande Sinagoga de Jerusalém está fechada para festas de fim de ano.
“A razão é muito simples. O critério mais importante no Judaísmo é a
segurança física de cada ser humano”, disse Zalli Jaffe, presidente da
Grande Sinagoga de Jerusalém. “As pessoas estão arrasadas. Mas,
as pessoas entendem”.
Essa é apenas uma das causas do segundo lockdown em razão do coronavírus
em Israel, que inclui o fechamento de escolas, shoppings, hotéis e
restaurantes (exceto para delivery).
Os israelenses só terão permissão para se aventurar a cerca de 400 metros
de casa, exceto para exercícios ou necessidades básicas.
Anteriormente, proprietários de restaurantes de Tel Aviv protestaram contra
o fechamento, e um grupo de médicos, cientistas e outros profissionais dizem
que apresentarão à Suprema Corte uma petição contra o bloqueio.
Israel tem visto um aumento dramático no número diário de novos
casos de infecção pelo coronavírus para mais de 5.000 por dia, com
um total de 1.169 mortes.
Pedido de desculpas
O presidente israelense Reuven Rivlin pediu desculpas aos israelenses
pela forma como o governo lidou com a pandemia.
“Esta noite, quero dizer-lhes que compreendo bem o sentimento de
confusão, de constrangimento, de preocupação que muitos certamente sentem.
Eu entendo e peço antes de tudo, que me desculpem por isso”, disse Rivlin.
Rivlin reconheceu que o bloqueio prejudicará a capacidade dos
israelenses de celebrar, lamentar e orar juntos. Mas também encorajou os
cidadãos a serem fortes e então se voltou para o governo.
“A confiança deste povo vale mais do que ouro”, disse ele aos líderes do governo.
“Devemos fazer tudo, para restaurar a segurança pessoal, médica e
econômica de todos os israelenses”.
Enquanto isso, o porta-voz da polícia Micky Rosenfeld disse que a polícia
israelense está pronta para impor o fechamento.
“A polícia nacional israelense concluiu as medidas de saúde e segurança
para o bloqueio programado, que continuará por três semanas, até o
dia 11 do próximo mês”, disse ele. Segundo Rosenfeld, Mais de 7.000
policiais participarão do bloqueio de diferentes bairros e da
prevenção de movimentos.
Os militares israelenses também trabalharão com a polícia para evitar
que as pessoas violem as medidas de bloqueio do governo.
Visão espiritual
Apesar do cenário preocupante, alguns cidadãos relataram à CBN News
que pode haver um lado espiritual positivo em tudo.
“Por um lado, é muito chato porque bloqueia você em seu negócio e tudo mais.
Mas ajuda você a voltar para o interior e se concentrar nele. Perdemos isso por
dentro naqueles dias”, disse Ann-Celine Chazan. "Então por que não? Mas
temos que estar preparados e é muito estressante”.
“Talvez isso nos aproxime mais. Seremos capazes de ficar em casa e ter um
pouco de introspecção de nós mesmos e assim por diante. E eu acho que
provavelmente no próximo ano, haverá ainda mais afluência nas sinagogas e
na cidade velha. Acho que vai nos fortalecer no final”, disse o residente David Harrons.
Transmissões ao vivo no Brasil
Fato é que se se pandemia parecia afastar fisicamente as pessoas em
Israel, alguns judeus encontraram uma forma de se manter unidos de
alguma forma para celebrar o Rosh Hashaná deste ano. É o caso de algumas
sinagogas consideradas mais "liberais", que farão a transmissão
online da celebração.
No Brasil, boa parte dessas sinagogas estão localizadas em São Paulo
e a expectativa é que mais de 25 mil pessoas acompanhem a cerimônia.
"Já estamos tendo uma boa procura pelos links, então isso talvez seja algo
que veio para ficar, independente da pandemia, porque alcança também
pessoas mais idosas, enfermas e que não podem se locomover",
disse Ricardo Berkinensztat, da Federação Israelita de São Paulo.
Uma das sinagogas que fará a transmissão será a Congregação
Israelita Paulista, que além de transmitir as celebrações site cip.org.br/aovivo,
também irá difundir pela TV Aberta (canal 9 da Net e canal 8 da Vivo)
as orações de Ano-Novo e de Yom Kipur, o Dia do Perdão,
que acontece dez dias depois.
Alexandrepfilho Via Guiame Gospel
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