‘A igreja é um SOS espiritual
e não pode ficar fechada’, diz
presidente de organização
evangélica
Líderes religiosos questionam manutenção do fechamento de
igrejas mesmo com regras de segurança sendo cumpridas.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA RECORD TV
ATUALIZADO: SEGUNDA-FEIRA, 3 AGOSTO DE 2020 AS 11:29
Líderes de diversas vertentes religiosas se dizem contrários ao fechamento das igrejas
na pandemia pois acreditam que a fé, exercida e alimentada nos diferentes cultos,
é necessária para a saúde espiritual e mental das pessoas.
Ao entrevistar fiéis e líderes, o “Domingo Espetacular” mostra que o fechamento de
espaços religiosos limita a prática da fé na pandemia. A reportagem diz que a própria
ciência comprova a importância da fé, que pode sim ajudar as pessoas a lidar melhor
com tempos difíceis.
Um desses momentos é a pandemia de coronavírus que atingiu todo o planeta.
Devido à política de distanciamento social, as pessoas foram proibidas de frequentar
templos e igrejas, o que, segundo esses líderes, causou mais prejuízos para a sociedade.
Passados cinco meses de fechamento, alguns estados e cidades agora começam
a flexibilização em lugares de grande movimentação, como comércio e
academias, mas igrejas permanecem fechadas, o que levanta questionamentos
de fiéis, pastores, padres e outros líderes religiosos.
A grande queixa e argumento está em que os espaços de fé são capazes de ajudar
as pessoas em sua saúde e equilíbrio. Um exemplo é o caso de
Monike Silva Odororic que sofria de depressão, mal que começou com o
fim de seu casamento.
“Eu percebi que tinha algo errado comigo comecei a sentir dores constantes no meu
corpo e mesmo indo buscar ajuda da medicina nada encontrando”, conta a assistente
social, que fez 12 tentativas de tirar a própria vida.
“O desejo de morte começou a brotar de uma maneira sutil sem eu perceber: por que viver?”, questionou Monike, até ouvir as palavras de um pastor sobre a fé e tudo começou a mudar.
A fé foi um ingrediente decisivo na vida de Monike, assim como tem sido para
milhares de pessoas. “A fé é tudo; se a gente não acredita em Deus a nossa vida
não tem sentido”, explica um fiel.
Para o rabino David Weitman, “fé significa acreditar num ser supremo,
no Criador do universo, em saber que tem uma autoridade acima da nossa cabeça,
saber que a gente apenas planeja, mas a última palavra é dele”.
A fé é o alicerce em tempos difíceis. De acordo com o padre Juarez de Castro,
da arquidiocese de São Paulo, “é a fé que nos alimenta, é a esperança que nos
fortalece. É esse contato com a espiritualidade que me faz diferente”.
O chefe dos sheiks do Egito no Brasil, Abu Bakr, diz que “a fé é o valor mais alto
na vida seres humanos, e que nós precisamos da fé nossa vida para ter esperança”.
Na mesma linha, o bispo da Igreja Sara Nossa Terra, Cristiano Guimarães, “A fé é o
instrumento de trazer esperança para as pessoas, [pois] muita gente perde a
esperança nesse momento e através da fé as pessoas são fortalecidas”.
Ciência
A reportagem destaca que a fé já reconhecida pela ciência pelos seus efeitos positivos
nas curas e pelo enfrentamento de momentos difíceis. Segundo a pesquisa de uma
universidade americana, informa a reportagem, pacientes com fé apresentam
40% menos chances de desenvolver depressão.
O testemunho pode ser comprovado pelos profissionais de saúde. De acordo com
a reportagem, quem costuma atender nos consultórios vê essa realidade com frequência.
“O que antes era uma coisa meio mística, hoje já está sendo comprovado pela ciência,
a importância da fé, que a oração tem um local no cérebro onde ela age, e isso
traz produção de hormônios que vão fazer as pessoas ficarem realmente mais
felizes e mais resiliente
para lidar com as coisas”, diz a psicoterapeuta Pollyana Esteves.
Reinaldo Manhami, que adoeceu depois de um divórcio, testemunho a eficácia da fé
em sua vida. “O divórcio foi um gatilho para um processo de depressão, então eu vejo
que a depressão começa por um ponto de tristeza e essa depressão foi tomando conta
de mim”, explica o biomédico.
Ele conta que nenhum tratamento era suficiente, e até a ajuda de profissionais não
funcionava. Reinaldo passou a usar antidepressivos, e para os episódios de ansiedade
precisou tomar ansiolíticos, além de apoio de psicoterapia. Mesmo assim, o quadro da
doença persistiu até ele se encontrar com a fé.
“Foi aí que eu me voltei para a espiritualidade. Eu conversei com o pastor, que
conheceu minha história e a primeira coisa que ele colocou em mim foi que é a
mudança estava em mim, a fé realmente muda qualquer situação”, diz Reinaldo.
País de fé
Segundo dados recentes do IBGE, o Brasil é um país de fé. Noventa e dois por cento
da população declaram ter alguma religião, mas a pandemia do coronavírus impôs
muitos desafios e limitações aos fiéis. Com o isolamento social, igrejas e templos
religiosos em todo o país tiveram que ficar fechados.
“Para falar a verdade não estava sentindo bem”, diz a agricultora Maria José de Araújo.
Incertezas e medo provocaram aumento de casos de ansiedade, depressão e até
de suicídios.
“Cuidar da saúde mental é fundamental, é imprescindível; é ter um refúgio religioso.
Isso faz toda a diferença”, explica a psicóloga Sara Rosana Queiroz.
As celebrações religiosas passaram a ser apenas pela televisão ou online, só que
no Brasil, 1/4 da população (25,3%) não têm acesso à internet.
“A igreja serve para acolher aquele que está necessitado, para abençoar. Então não
poder orar por uma pessoa que está enferma, não poder ajudar, não poder ouvir uma
pessoa que está nesse estado no momento para nós foi muito difícil”, explica
Vladimir Romera, bispo da igreja Renascer em Cristo.
Serviço essencial
Apesar de o Decreto Nº 10.292, de 25 de março, logo no início da pandemia no Brasil,
ter decidido que atividades religiosas de qualquer natureza fazem parte de serviços
essenciais, o que liberaria as igrejas para funcionar, governadores e prefeitos não
acataram o decreto do Governo Federal
Para o presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos),
Eduardo Bravo, “para muitos prefeitos a pandemia foi o trem da alegria, porque
aproveitaram as verbas de comprar sem licitação, superfaturaram os equipamentos
para poder tirar proveito financeiro. Mas isso está sendo investigado por aí a fora.
Então isso é desumano, para não dizer criminoso”.
Representante de 50 mil pastores e igrejas no Brasil, Eduardo Braga sempre
defendeu que as igrejas ficassem com as portas abertas seguindo as
normas de segurança. “A pandemia não veio só trazer problemas financeiros
para a sociedade e de saúde física, veio trazer problema de saúde espiritual,
emocional. E a igreja é como se fosse um hospital espiritual, a igreja é um
SOS espiritual. Então, a pessoa não pode chegar no hospital estar fechado; a
pessoa não pode chegar na igreja, a igreja não pode estar fechada”, compara.
Líderes religiosos estão unidos no propósito de fazer uma abertura responsável
dos espaços. “Por que abriram as academias? Porque a pessoa precisa ser mexer.
Espiritualmente é a mesma coisa. Uma pessoa precisa ir no lugar onde ela tem a
possibilidade de deixar sua alma ansiar por uma coisa mais elevada”, explica
o rabino Weitman.
As igrejas sempre foram favoráveis ao funcionamento de acordo com as novas
regras de higiene. “A missa é celebrada de uma forma rápida e é pedido para
que as pessoas não fiquem dentro da igreja logo depois, que elas logo possam
sair e não fazer nenhum tipo de aglomeração”, diz o padre Juarez.
Para esta infectologista Rosana Richtmann, é possível retomar as celebrações
desde que haja segurança. “As regras são basicamente manter o distanciamento
social, muitas igrejas, muitos locais onde fazem cultos estão demarcando o espaço
para que seja visível para a pessoa que vai entrar na igreja entender onde ela pode
sentar e onde ela não pode sentar”, diz a especialista, relatando ainda que o uso
da máscara o tempo todos é fundamental.
Esses critérios têm sido cumpridos nos espaços religiosos que estão abertos.
Além dessas regras, alguns ainda fazem a medição da temperatura e disponibilizam
álcool gel na porta aos fiéis, que precisam que estar comprometidos com a
proteção de todos.
Fé proibida
No Brasil, as prefeituras de cerca de 300 municípios ainda não permitem que os
fiéis possam frequentar espaços religiosos. Eles têm que se manter fechados.
Com isso, alguns prefeitos ignoram os novos protocolos e proíbem o exercício da fé.
Em Porto Alegre, capital gaúcha, com quase 1 milhão e meio de habitantes, o
prefeito Nelson Marchezan Júnior liberou os jogos de futebol supostamente por
pressão de um grupo de comunicação, mas não permite que as pessoas
frequentem cerimônias religiosas.
“Se tivesse uma igreja aberta com certeza eu iria entrar”, diz uma mulher.
“Nessa hora é que a gente mais precisa”, diz outra.
Em levantamento realizado pela Record no Rio Grande do Sul
mais de 87% dos moradores de Porto Alegre acham injusta a volta do futebol
enquanto as igrejas e o comércio continuam fechados. Em Santa Catarina, o
prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, permitiu a abertura, mas apenas em
dias determinados. Em mais 37 municípios do estado a proibição está mantida.
Outras cidades grandes fizeram o mesmo em Minas Gerais. O prefeito Antônio Almas,
de Juiz de Fora, cidade com 489 mil habitantes, mantém a proibição. No estado
são 102 municípios que não podem abrir as igrejas.
No estado de São Paulo são 104 prefeitos que também não autorizaram o
funcionamento de espaços de fé, como em Franca. “A igreja eu acho que não deve
fechar não, a gente está indo para buscar a Deus”, diz um fiel.
No estado da Bahia são 48 cidades com a proibição. No Ceará, a cidade de Juazeiro
do Norte, que tem 277 mil habitantes e é comandada pelo prefeito Arnon Bezerra, é
mais u município que mantém igrejas de portas fechadas.
“Infelizmente a gente se sente de coração partido por conta de não temos a
frequência de praticarmos a nossa crença, a nossa religião”, diz uma fiel local.
Para o cientista político Pedro Costa, os prefeitos que mantêm a proibição e querem
ser eleitos devem enfrentar muitas dificuldades.
“Certamente a nestas eleições o recado vai ser dado nas urnas, os prefeitos que as se
colocam a contra a reabertura desses templos e que eventualmente se colocaram a favor
da reabertura de outros espaços semelhantes, certamente serão punidos pelos fiéis
nas urnas”, diz.
Entre os brasileiros, um levantamento feito pelo instituto Real Time Big Data essa
semana com pessoas de todo o país revelou que 61% não concordam com o
fechamento de espaços religiosos, 36% apoiam a proibição e 3% não sabem ou
não opinaram.
A pesquisa também perguntou qual lugar que apresenta o maior risco de
contaminação do coronavírus. Mais da metade, 54% dos entrevistados,
responderam que são os bares, 19% as academias, comércio e igrejas foram
citados por 11% das pessoas. Sobre o grau de importância da fé para o
brasileiro, 41% afirmaram ser muito importante, 31% que é importante, ou
seja, ao todo 72% dos entrevistados admitem ter ligação com a fé.
Fonte: Guiame Gospel
na pandemia pois acreditam que a fé, exercida e alimentada nos diferentes cultos,
é necessária para a saúde espiritual e mental das pessoas.
Ao entrevistar fiéis e líderes, o “Domingo Espetacular” mostra que o fechamento de
espaços religiosos limita a prática da fé na pandemia. A reportagem diz que a própria
ciência comprova a importância da fé, que pode sim ajudar as pessoas a lidar melhor
com tempos difíceis.
Devido à política de distanciamento social, as pessoas foram proibidas de frequentar
templos e igrejas, o que, segundo esses líderes, causou mais prejuízos para a sociedade.
Passados cinco meses de fechamento, alguns estados e cidades agora começam
a flexibilização em lugares de grande movimentação, como comércio e
academias, mas igrejas permanecem fechadas, o que levanta questionamentos
de fiéis, pastores, padres e outros líderes religiosos.
A grande queixa e argumento está em que os espaços de fé são capazes de ajudar
as pessoas em sua saúde e equilíbrio. Um exemplo é o caso de
Monike Silva Odororic que sofria de depressão, mal que começou com o
fim de seu casamento.
“Eu percebi que tinha algo errado comigo comecei a sentir dores constantes no meu
corpo e mesmo indo buscar ajuda da medicina nada encontrando”, conta a assistente
social, que fez 12 tentativas de tirar a própria vida.
“O desejo de morte começou a brotar de uma maneira sutil sem eu perceber: por que viver?”, questionou Monike, até ouvir as palavras de um pastor sobre a fé e tudo começou a mudar.
A fé foi um ingrediente decisivo na vida de Monike, assim como tem sido para
milhares de pessoas. “A fé é tudo; se a gente não acredita em Deus a nossa vida
não tem sentido”, explica um fiel.
Para o rabino David Weitman, “fé significa acreditar num ser supremo,
no Criador do universo, em saber que tem uma autoridade acima da nossa cabeça,
saber que a gente apenas planeja, mas a última palavra é dele”.
A fé é o alicerce em tempos difíceis. De acordo com o padre Juarez de Castro,
da arquidiocese de São Paulo, “é a fé que nos alimenta, é a esperança que nos
fortalece. É esse contato com a espiritualidade que me faz diferente”.
O chefe dos sheiks do Egito no Brasil, Abu Bakr, diz que “a fé é o valor mais alto
na vida seres humanos, e que nós precisamos da fé nossa vida para ter esperança”.
Na mesma linha, o bispo da Igreja Sara Nossa Terra, Cristiano Guimarães, “A fé é o
instrumento de trazer esperança para as pessoas, [pois] muita gente perde a
esperança nesse momento e através da fé as pessoas são fortalecidas”.
Ciência
A reportagem destaca que a fé já reconhecida pela ciência pelos seus efeitos positivos
nas curas e pelo enfrentamento de momentos difíceis. Segundo a pesquisa de uma
universidade americana, informa a reportagem, pacientes com fé apresentam
40% menos chances de desenvolver depressão.
O testemunho pode ser comprovado pelos profissionais de saúde. De acordo com
a reportagem, quem costuma atender nos consultórios vê essa realidade com frequência.
“O que antes era uma coisa meio mística, hoje já está sendo comprovado pela ciência,
a importância da fé, que a oração tem um local no cérebro onde ela age, e isso
traz produção de hormônios que vão fazer as pessoas ficarem realmente mais
felizes e mais resiliente
para lidar com as coisas”, diz a psicoterapeuta Pollyana Esteves.
Reinaldo Manhami, que adoeceu depois de um divórcio, testemunho a eficácia da fé
em sua vida. “O divórcio foi um gatilho para um processo de depressão, então eu vejo
que a depressão começa por um ponto de tristeza e essa depressão foi tomando conta
de mim”, explica o biomédico.
Ele conta que nenhum tratamento era suficiente, e até a ajuda de profissionais não
funcionava. Reinaldo passou a usar antidepressivos, e para os episódios de ansiedade
precisou tomar ansiolíticos, além de apoio de psicoterapia. Mesmo assim, o quadro da
doença persistiu até ele se encontrar com a fé.
“Foi aí que eu me voltei para a espiritualidade. Eu conversei com o pastor, que
conheceu minha história e a primeira coisa que ele colocou em mim foi que é a
mudança estava em mim, a fé realmente muda qualquer situação”, diz Reinaldo.
País de fé
Segundo dados recentes do IBGE, o Brasil é um país de fé. Noventa e dois por cento
da população declaram ter alguma religião, mas a pandemia do coronavírus impôs
muitos desafios e limitações aos fiéis. Com o isolamento social, igrejas e templos
religiosos em todo o país tiveram que ficar fechados.
“Para falar a verdade não estava sentindo bem”, diz a agricultora Maria José de Araújo.
Incertezas e medo provocaram aumento de casos de ansiedade, depressão e até
de suicídios.
“Cuidar da saúde mental é fundamental, é imprescindível; é ter um refúgio religioso.
Isso faz toda a diferença”, explica a psicóloga Sara Rosana Queiroz.
As celebrações religiosas passaram a ser apenas pela televisão ou online, só que
no Brasil, 1/4 da população (25,3%) não têm acesso à internet.
“A igreja serve para acolher aquele que está necessitado, para abençoar. Então não
poder orar por uma pessoa que está enferma, não poder ajudar, não poder ouvir uma
pessoa que está nesse estado no momento para nós foi muito difícil”, explica
Vladimir Romera, bispo da igreja Renascer em Cristo.
Serviço essencial
Apesar de o Decreto Nº 10.292, de 25 de março, logo no início da pandemia no Brasil,
ter decidido que atividades religiosas de qualquer natureza fazem parte de serviços
essenciais, o que liberaria as igrejas para funcionar, governadores e prefeitos não
acataram o decreto do Governo Federal
Para o presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos),
Eduardo Bravo, “para muitos prefeitos a pandemia foi o trem da alegria, porque
aproveitaram as verbas de comprar sem licitação, superfaturaram os equipamentos
para poder tirar proveito financeiro. Mas isso está sendo investigado por aí a fora.
Então isso é desumano, para não dizer criminoso”.
Representante de 50 mil pastores e igrejas no Brasil, Eduardo Braga sempre
defendeu que as igrejas ficassem com as portas abertas seguindo as
normas de segurança. “A pandemia não veio só trazer problemas financeiros
para a sociedade e de saúde física, veio trazer problema de saúde espiritual,
emocional. E a igreja é como se fosse um hospital espiritual, a igreja é um
SOS espiritual. Então, a pessoa não pode chegar no hospital estar fechado; a
pessoa não pode chegar na igreja, a igreja não pode estar fechada”, compara.
Líderes religiosos estão unidos no propósito de fazer uma abertura responsável
dos espaços. “Por que abriram as academias? Porque a pessoa precisa ser mexer.
Espiritualmente é a mesma coisa. Uma pessoa precisa ir no lugar onde ela tem a
possibilidade de deixar sua alma ansiar por uma coisa mais elevada”, explica
o rabino Weitman.
As igrejas sempre foram favoráveis ao funcionamento de acordo com as novas
regras de higiene. “A missa é celebrada de uma forma rápida e é pedido para
que as pessoas não fiquem dentro da igreja logo depois, que elas logo possam
sair e não fazer nenhum tipo de aglomeração”, diz o padre Juarez.
Para esta infectologista Rosana Richtmann, é possível retomar as celebrações
desde que haja segurança. “As regras são basicamente manter o distanciamento
social, muitas igrejas, muitos locais onde fazem cultos estão demarcando o espaço
para que seja visível para a pessoa que vai entrar na igreja entender onde ela pode
sentar e onde ela não pode sentar”, diz a especialista, relatando ainda que o uso
da máscara o tempo todos é fundamental.
Esses critérios têm sido cumpridos nos espaços religiosos que estão abertos.
Além dessas regras, alguns ainda fazem a medição da temperatura e disponibilizam
álcool gel na porta aos fiéis, que precisam que estar comprometidos com a
proteção de todos.
Fé proibida
No Brasil, as prefeituras de cerca de 300 municípios ainda não permitem que os
fiéis possam frequentar espaços religiosos. Eles têm que se manter fechados.
Com isso, alguns prefeitos ignoram os novos protocolos e proíbem o exercício da fé.
Em Porto Alegre, capital gaúcha, com quase 1 milhão e meio de habitantes, o
prefeito Nelson Marchezan Júnior liberou os jogos de futebol supostamente por
pressão de um grupo de comunicação, mas não permite que as pessoas
frequentem cerimônias religiosas.
“Se tivesse uma igreja aberta com certeza eu iria entrar”, diz uma mulher.
“Nessa hora é que a gente mais precisa”, diz outra.
Em levantamento realizado pela Record no Rio Grande do Sul
mais de 87% dos moradores de Porto Alegre acham injusta a volta do futebol
enquanto as igrejas e o comércio continuam fechados. Em Santa Catarina, o
prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, permitiu a abertura, mas apenas em
dias determinados. Em mais 37 municípios do estado a proibição está mantida.
Outras cidades grandes fizeram o mesmo em Minas Gerais. O prefeito Antônio Almas,
de Juiz de Fora, cidade com 489 mil habitantes, mantém a proibição. No estado
são 102 municípios que não podem abrir as igrejas.
No estado de São Paulo são 104 prefeitos que também não autorizaram o
funcionamento de espaços de fé, como em Franca. “A igreja eu acho que não deve
fechar não, a gente está indo para buscar a Deus”, diz um fiel.
No estado da Bahia são 48 cidades com a proibição. No Ceará, a cidade de Juazeiro
do Norte, que tem 277 mil habitantes e é comandada pelo prefeito Arnon Bezerra, é
mais u município que mantém igrejas de portas fechadas.
“Infelizmente a gente se sente de coração partido por conta de não temos a
frequência de praticarmos a nossa crença, a nossa religião”, diz uma fiel local.
Para o cientista político Pedro Costa, os prefeitos que mantêm a proibição e querem
ser eleitos devem enfrentar muitas dificuldades.
“Certamente a nestas eleições o recado vai ser dado nas urnas, os prefeitos que as se
colocam a contra a reabertura desses templos e que eventualmente se colocaram a favor
da reabertura de outros espaços semelhantes, certamente serão punidos pelos fiéis
nas urnas”, diz.
Entre os brasileiros, um levantamento feito pelo instituto Real Time Big Data essa
semana com pessoas de todo o país revelou que 61% não concordam com o
fechamento de espaços religiosos, 36% apoiam a proibição e 3% não sabem ou
não opinaram.
A pesquisa também perguntou qual lugar que apresenta o maior risco de
contaminação do coronavírus. Mais da metade, 54% dos entrevistados,
responderam que são os bares, 19% as academias, comércio e igrejas foram
citados por 11% das pessoas. Sobre o grau de importância da fé para o
brasileiro, 41% afirmaram ser muito importante, 31% que é importante, ou
seja, ao todo 72% dos entrevistados admitem ter ligação com a fé.
Fonte: Guiame Gospel
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