CURIOSIDADES SOBRE A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DE PÃES E PEIXES 1º PARTE)
Ensinamentos sobre a primeira multiplicação de pães e peixes
realizada por Jesus: quando damos o nosso insuficiente para Deus com
amor, Ele multiplica nossa oferta e faz sobejar nosso suprimento e nos
ensina a repartir com os outros aquilo que nós temos.
“Voltaram os apóstolos à presença de Jesus e lhe relataram tudo quanto
haviam feito e ensinado. E ele lhes disse: Vinde repousar um pouco à
parte, num lugar deserto: porque eles não tinham tempo nem para comer,
visto serem numerosos os que iam e vinham. Então, foram sós no barco
para um lugar solitário. Muitos, porém, os viram partir e,
reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram
antes deles. Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e
compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E
passou a ensinar-lhes muitas coisas. Em declinando a tarde, vieram os
discípulos a Jesus e lhe disseram: É deserto este lugar, e já avançada a
hora; despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas
aldeias, comprem para si o que comer. Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes
vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de
pão para lhes dar de comer? E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide
ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes. Então,
Jesus lhes ordenou que todos se assentassem, em grupos, sobre a relva
verde. E o fizeram, repartindo-se em grupos de cem em cem e de cinqüenta
em cinqüenta. Tomando ele os cinco pães e os dois peixes, erguendo os
olhos ao céu, os abençoou; e, partindo os pães, deu-os aos discípulos
para que os distribuíssem; e por todos repartiu também os dois peixes.
Todos comeram e se fartaram; e ainda recolheram doze cestos cheios de
pedaços de pão e de peixe. Os que comeram dos pães eram cinco mil
homens” (Mc 6: 30-44).
Por onde Jesus passava, sempre havia um grande número de pessoas que
O seguiam e que a bíblia descreve como “uma multidão” ou “multidões”;
isso, com certeza, porque todos queriam receber cura, instrução e
bênçãos de toda sorte. Como é descrito no texto que lemos acima, todos
pareciam ovelhas que não têm pastor. Jesus não as enxotava, pelo
contrário, as recebia e as alimentava em todos os sentidos. Por isso, ao
ouvir falar Dele, se dirigiam para onde Ele estivesse. Sabendo para
onde o barco estava indo, as pessoas correram e chegaram antes Dele.
Isso quer dizer que, quando sabemos que a unção de Deus está para ser
derramada sobre a nossa vida ou quando recebemos uma palavra profética
de que Ele vai fazer um milagre que nos beneficia, devemos estar alertas
e “correr”, a fim de que ao derramar Ele a bênção, nós possamos
recebê-la. Isso é estar sempre alertas e vigilantes aos sinais do
Espírito Santo para podermos “comer o melhor dessa terra”, como diz Is
1: 19: “Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra”.
Ensinamentos
Neste texto, em especial, o Senhor quis dar uma grande lição de amor
incondicional e fé aos discípulos. Ele tinha alimentado aquele povo
espiritualmente durante todo o dia, provavelmente, caminhando entre a
multidão também para curá-la e não demonstrava contrariedade por isso.
Assim, esperou até o fim do dia, pois como Filho de Deus que era, sabia
que mais cedo ou mais tarde teriam fome. Os discípulos, embora
caminhando todos os dias com Ele, ainda não tinham a mente aberta para
compreender Suas atitudes; faltava-lhes mais fé, ainda pensavam mais nas
coisas da carne do que nas coisas de Deus. Estavam cientes da
necessidade de alimento daquele povo, mas não conseguiram se lembrar que
estavam diante Daquele que tudo podia prover. Este foi um momento de
teste para a fé dos discípulos. Como homens, estavam conscientes das
suas limitações e da responsabilidade que tinham diante de si e quiseram
se ver livres dela de uma forma mais prática: despedir o povo para suas
casas. Provavelmente, se surpreenderam quando Jesus lhes disse:
“Dai-lhes vós mesmos de comer”. Como? Tanto é que fizeram cálculos
rápidos avaliando aquela necessidade em duzentos denários de pão. Um denário romano equivalia a uma dracma grega,
ou seja, era uma moeda de prata compatível com o salário de um dia que
um trabalhador braçal recebe (o que em nossa moeda brasileira de hoje
poderia equivaler a US$ 10.00). Duzentos denários seriam uma grande
quantia de dinheiro. Mesmo assim seria insuficiente para alimentar cinco
mil homens, sem contar mulheres e crianças (normalmente excluídas das
contagens em qualquer censo). Logo, Jesus perguntou: – “Quantos pães
tendes?” Então a situação pareceu mais incapacitante ainda, pois tinham
apenas cinco pães e dois peixes. Jesus os dividiu em grupos de cinqüenta
e cem e os fez assentar sobre a relva. Os números cinco e dez eram
importantes no sistema decimal empregado na Palestina. O número zero, quando acrescentado a outro poderia indicar multiplicação, de certa forma; por exemplo, o número um
transmite o conceito de unidade e o caráter sem paralelo de Deus, assim
como a unidade entre Cristo e o Pai, a união entre os crentes e Deus e a
unidade que existe entre os crentes. Colocando o número zero ao seu
lado, pode significar “bastante vezes”, da mesma forma que cem equivale a
um número grande, e mil ou dez mil, a um número infinitamente grande. O número dez
também pode significar o primeiro número de um começo maior, algo
completo ou fidelidade, além de ser considerado por alguns como o número
da Igreja. O número cinco tem o significado espiritual
do cumprimento fiel das promessas de Deus referentes aos cinco livros
do Pentateuco (Torá), ou seja, os fatos ocorridos como predestinação
divina. Podemos pensar que o número dois significa o
número da aliança feita com o povo escolhido, colocada nas duas tábuas
da lei dadas a Moisés, entretanto, pode significar também os dois povos
com os quais o Senhor fez aliança: os judeus e os gentios. Falando de
uma maneira simbólica: ao trazerem ao Senhor os cinco pães, os
discípulos estavam mostrando que as promessas dadas a eles eram ainda
insuficientes para fartá-los nas suas necessidades. Ao multiplicar os
cinco pães, o Senhor quis mostrar que Suas promessas são infinitas e
serão todas cumpridas a ponto de satisfazer multidões. Ao trazer os dois
peixes (= almas, vidas), os discípulos estariam mostrando a Jesus que
Seu povo, embora seco e morto espiritualmente, precisando de Sua vida,
ainda mantinha a aliança com Deus. Ao pegar em Suas mãos os dois peixes,
Jesus estava profeticamente multiplicando a bênção divina e renovando a
aliança com judeus e gentios, Seu outro aprisco, como Ele mesmo disse
em Jo 10: 16. Os grupos divididos de cem em cem nos lembram a unidade
que Ele quer ver no meio da Sua Igreja, multiplicada pelo amor com que
Ele mesmo nos supre e nos lembrando do Seu vitorioso sacrifício que nos
resgatou do pecado e nos deu vida eterna. A multiplicação do alimento
mostrou aos Seus discípulos que é possível fazê-lo sobejar quando se dá
com amor, ou seja, quando damos o nosso insuficiente para Deus com amor,
Ele multiplica nossa oferta e faz sobejar nosso suprimento. Ele também
os ensinou a repartir com outros o que se tem.