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terça-feira, 20 de outubro de 2020

HORA GOSPEL TUDO PARA HONRA E GLÓRIA DO SENHOR

 

O mês de Cheshvan e 

o pacto pós-dilúvio

Na Bíblia, Cheshvan é chamado chôdesh bul, 

da palavra mabul, “o dilúvio”.

FONTE: GUIAME, MÁRIO MORENO

ATUALIZADO: TERÇA-FEIRA, 20 OUTUBRO DE 2020 AS 12:49

(Foto: Revealedinus)
(Foto: Revealedinus)

Segundo o Sêfer Yetzirah, cada mês do ano judaico tem uma 

letra do alfabeto hebraico, um signo do Zodíaco, uma das doze tribos de Israel,

 um sentido e um membro controlador do corpo que correspondem a ele.

Cheshvan é o oitavo mês do calendário judaico.

Na Bíblia, Cheshvan é chamado chôdesh bul, da palavra mabul,

 “o dilúvio”. O dilúvio começou a 17 de Cheshvan e terminou no

 ano seguinte, a 27 de Cheshvan. No dia seguinte, Nôach ofereceu 

um sacrifício a D’us e D’us prometeu jamais enviar um dilúvio sobre a 

terra novamente para destruir toda a humanidade, e então revelou o sinal de 

Seu pacto com o mundo, o arco-íris.

Cheshvan é o único mês que não possui dias festivos ou mitsvot especiais. 

Aprendemos que este mês “está reservado” para o tempo de Mashiach,

 que inaugurará o Terceiro Templo.

Letra: nun

Nun é considerada como sendo a letra de Mashiach, como está escrito 

(com referência a Mashiach): “antes do sol, está seu nome

 Ye-non [de nun]” (Tehilim 72:17). Como radical do verbo, nun significa

 “reinar“. Como substantivo, significa “o herdeiro do trono“. O 

oitavo mês é o mês de Mashiach, pois oito significa a eterna revelação do 

sobrenatural (o estado consumado de natureza retificada é o segredo do 

número sete). Como a “harpa” deste mundo possui sete cordas, a

 harpa de Mashiach possui oito cordas. Assim como 8 transcende o 7, 

assim também 50 (o valor numérico de nun) transcende 49,7 ao quadrado. 

Neste mundo, o nun está curvado, confinado pelos limites da natureza.

 Com a vinda de Mashiach, o nun “se endireita” (o formato do nun final), 

rompe os limites da natureza e desce “abaixo da linha” até os reinos 

subterrâneos da realidade a fim de ali revelar a a luz


 infinita e abrangente de D’us.

Mazal: akrav (Escorpião).

Nossos Sábios ensinam que o escorpião é o membro mais

 mortal da categoria geral de criaturas peçonhentas cuja figura modelo é

 a serpente primordial do Éden. A palavra akrav deriva da palavra akev 

(calcanhar) como está escrito: “E tu [a serpente] o morderá

 [o homem] no calcanhar” (Bereshit 3:15). Assim, o akrav simboliza a “mordida”

 consumada da cobra no calcanhar do homem. De forma geral, o 

veneno da cobra é “quente”, e o veneno do escorpião é “frio”. O Mashiach 

é a única alma que pode superar, matar e por fim reviver a serpente primordial 

(a fim de convertê-la para o bem).

A alma de Mashiach e seu contínuo estado de consciência manifestam a suprema retificação de “calor”, “ardendo” somente em seu amor por D’us e Israel, bem como de “frio” – “totalmente frio” às falsas vaidades desse mundo.

Este é o segredo da equação numérica: Mashiach (358) = serpente

 (nachash). Akrav (372) = Mashiach (nachash mais David (=14); 

nun é a 14ª letra do alef-beit). As letras radicais de Cheshvan permutam-se

 para escrever nachash (em Cheshvan o nun está “endireitado”; 

em nachash está “curvado”.

Tribo: Menashe

Menashe é o primogênito de Iossef. Derivando da palavra “esquecer”

 (literalmente, “saltar, para cima e para longe“), Menashe sugere o 

poder do tsadic (Yossef) de nos fazer esquecer as provações, dificuldades 

e tribulações deste mundo, com a vinda de Mashiach. Pelo 

poder e sentido de Menashe, todo o sofrimento deste mundo se

 transformará e metamorfoseará no prazer da Era Messiânica. O nome 

Menashe permuta-se para grafar neshamá (alma). Menashe representa 

o sentido de revelar a alma Divina em Israel.

Na Torah Moshê é chamado Menashe, pois Menashe é Moshê (Moisés) 

com um nun adicional (a letra de Cheshvan). Sobre Moshê foi dito: “Ele é 

o primeiro redentor e ele é o redentor final” (Veja Shemot Rabah 4:2;

 Zohar 1:253a; Sha’aar HaPesukim, Vayechi; Torah Or, início de Mishpatim). 

Em sua primeira vida (como o “primeiro redentor”) ele não atingiu o

 “50º portal do entendimento” (o entendimento do Próprio D’us, por assim dizer, 

e Sua mais profunda intenção na criação do universo). Quando

 ele retorna como Mashiach, receberá para sempre o “50º portal”, 

o nun de Mashiach, o segredo de Menashe (Moshe-nun. No Zohar, 

aprendemos que quando Moshê pela primeira vez deixou este mundo, 

recebeu o “50º portal” e foi “sepultado”. Através do estudo da Mishná,

 (no tempo do exílio) revelamos a neshamá de Israel e portanto 

merecemos a redenção de Moshê-Mashiach e a revelação para todos

 na terra do “50º portal”.

Sentido: olfato

O sentido do olfato é o mais espiritual de todos os sentidos. 

A palavra hebraica para “olfato“, rei’ach, é cognata àquela para espírito (ruach). 

Nossos Sábios ensinam que o olfato é o único sentido que “a alma desfruta, 

e não o corpo”.

“Alma” – neshamá – é uma permutação de Menashe, como foi 

mencionado acima. O sentido do olfato é o único sentido (dos cinco sentidos comuns) 

que não participou, e portanto não foi maculado ou corrompido no pecado 

primordial do homem no Jardim do Éden. É o sentido que salvou o povo judeu

 na época de Mordechai e Esther, que são chamados Mor veHadas 

(“mirra e murta” – as duas fontes primárias de fragrância). Está declarado 

explicitamente que o sentido de Mashiach é o olfato. “E ele cheirará na

 reverência a Elohim” – “ele julgará pelo odor” (ao invés de pela visão ou 

audição – Ieshayáhu 11:3; Sanhedrin 93b). Por meio de seu sentido do olfato 

(seu ruach hacôdesh, “espírito sagrado”) Mashiach saberá como conectar

 cada alma judia à sua raiz Divina, e assim identificar sua tribo (ramo) em Israel.

Controlador: Intestinos

A palavra para “intestinos” (dakin) deriva da palavra “pequena” (daká) 

ou “partícula” (dak). Isso implica o poder de dissecar em partes pequenas 

e refinadas. No processo de preparar o incenso para o Templo (a suprema 

expressão do sentido do olfato no serviço do Templo), deve-se dizer 

(e repetir muitas vezes) “moa bem, moa bem” (hadek heitev, heiteiv hadek:

 hadeik de dak). Todos os sacrifícios no serviço do Templo são para produzir

 “um aroma satisfatório” (rei’ach nichoach) e agradar o Divino sentido de olfato, 

que implica a Divina “satisfação” com o serviço de Seus filhos, Israel em 

particular e com Sua criação em geral.

Nossos Sábios interpretam a expressão rei’ach nichoach como “Eu estou 

satisfeito (nachat ruach), pois falei e Minha vontade foi cumprida”. Esta satisfação

 Divina com o homem e a criação foi primeiro expressa a 28 de Cheshvan, 

quando Nôach ofereceu seu sacrifício a D’us. Devido à Sua satisfação, 

D’us prometeu a Nôach jamais destruir o mundo novamente através do dilúvio. 

Como está expresso claramente nas leis da Torah, é a gordura dos intestinos 

que quando oferecida sobre o altar produz o aroma “satisfatório” para D’us. 

Por este motivo, considera-se que os intestinos controlam o sentido do olfato.

Por Rav. Mário Moreno, fundador e líder do Ministério Profético

 Shema Israel e da Congregação Judaico Messiânica Shema Israel 

na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha – 

Novo Testamento e conferencista atuando na área de Restauração da Noiva.

*O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total 

responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Festa das Cabanas para judeus e gentios

Alexandrepfilho Via Guiame Gospel 

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