A semana do Natal foi marcada por ataques terroristas que levaram à morte de cerca de 44 cristãos na Nigéria.
Pelo menos 11 pessoas foram mortas por terroristas do Boko Haram em
Borno, e outras 33 foram assassinadas por militantes Fulani em Kaduna.
No estado de Borno, no
nordeste da Nigéria, 11 cristãos foram mortos por extremistas islâmicos
na véspera de Natal, na última quinta-feira (24), enquanto outras duas
pessoas foram mortas no estado vizinho de Adamawa.
Moradores das cidades de Pemi e
Debro, próximas à cidade de Chibok, disseram que os insurgentes eram
membros do grupo terrorista Boko Haram e que os militantes queimaram um
prédio da Igreja dos Irmãos (EYN) em Pemi.
O número de mortos divulgado
inicialmente eram sete, mas subiu para 11, segundo a AFP. Além disso,
sete pessoas foram sequestradas, incluindo um pastor.
O ataque começou por volta das 18h,
disse um morador da área de Awiya Lawan ao Morning Star News. “Casas,
carros e lojas foram incendiadas. Os homens do Boko Haram realizaram os
ataques por três horas antes que os soldados chegassem às 21h”, disse.
Peter Solomon, outro morador da área,
disse que os terroristas do Boko Haram buscam estabelecer a sharia (lei
islâmica) em toda a Nigéria. “Eles destruíram o prédio da igreja EYN e
saquearam alimentos de muitas casas antes de queimar cerca de 10 casas
em Pemi”, conta.
O ataque terrorista em Pemi foi
condenado “com veemência” pelo governo brasileiro. Em nota divulgada
pelo Ministério das Relações Exteriores no sábado (26), o Brasil prestou
condolências às famílias das vítimas e afirmou que “reitera seu firme
repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo, independentemente de sua
motivação”.
“O governo brasileiro reitera,
igualmente, sua determinação de trabalhar com todos os parceiros contra o
terrorismo, inclusive mediante uma crescente investigação e
enfrentamento das conexões do terrorismo com o narcotráfico e outras
formas do crime organizado transnacional, notadamente, neste caso, as
conexões entre o narcotráfico na América do Sul e o terrorismo na
África”, diz o comunicado.
Ainda em 24 de dezembro, em Adamawa, o
Boko Haram promoveu mais um ataque, mas foi impedido pelas forças do
Exército Nigeriano. No entanto, o governador de Adamawa, Ahmadu Umaru
Fintiri, divulgou um comunicado no dia de Natal dizendo que dois civis
foram mortos no ataque, incluindo um menino de 5 anos.
A tentativa de ataque forçou os
cristãos de Adamawa a interromper os preparativos para o Natal e fugir
para a floresta. “Está tudo bem para nós, povo de Garkida, ficar calado,
porque a vitória pertence ao nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo”, disse
Rhoda Yadiwutuwa, moradora da região.
“Tudo o que o Boko Haram planejou
contra nós falhou”, disse outro morador, Markus Bulu. “Seja o que for,
ainda vamos comemorar o Natal. Jesus, estamos muito gratos neste dia,
mesmo com a experiência ruim que tivemos na noite passada. Não temos
nada a oferecer como agradecimento, mas oferecemos nossos corações em um
profundo clamor a Sua Majestade neste dia de Natal”.
Mortes no centro-norte da Nigéria
Pelo menos 33 cristãos foram mortos
em uma série de ataques por pastores muçulmanos Fulani em três condados
do estado de Kaduna, disseram líderes cristãos ao Morning Star News.
Além disso, 18 casas foram destruídas e mais de 2.500 pessoas ficaram
desabrigadas.
Em 17 de dezembro, no condado de
Zangon-Kataf, os Fulani mataram pelo menos 10 cristãos na vila de Goran
Gan e destruíram 18 casas. Em 21 de dezembro, outras três pessoas foram
mortas nas vilas de Ungwan Jatau e Ungwan Gimba.
Luka Biniyat, porta-voz da União do
Povo Kaduna do Sul (SOKAPU), acrescentou em nota publicada em 21 de
dezembro que mais três cadáveres foram recuperados, elevando o número de
cristãos mortos em Gora Gan para pelo menos 10.
Também no condado de Zangon-Kataf, em
19 de dezembro, os Fulani mataram quatro cristãos em quatro outras
aldeias: Ungwan Gaiya, Ungwan Gimba, Ungwan Makama e Apimbu, de acordo
com o comissário do Ministério de Segurança Interna e Assuntos Internos
do estado, Samuel Aruwan.
“Os militares confirmaram que duas casas foram queimadas no ataque ao Apimbu”, disse Aruwan.
No condado de Chikun, os Fulani
mataram na terça-feira (22) sete cristãos e feriram quatro na vila de
Gbaja e mataram mais dois cristãos em Ungwan Gwaiva, disseram fontes da
região. No condado de Kajuru, três cristãos foram mortos na aldeia de
Kujeni no mesmo dia.
“As pessoas sequestradas foram
submetidas a condições desumanas e experiências traumatizantes. Alguns
membros da família dos sequestrados foram baleados enquanto tentavam
escapar dos sequestradores”, disse o Rev. Ali Buba Lamido sobre os
sequestros que acompanharam as mortes.
A Nigéria é classificada pela
organização Portas Abertas como o 12º país onde os cristãos mais sofrem
perseguição. A nação é ainda o segundo lugar no número de cristãos
mortos por sua fé, ficando atrás apenas do Paquistão.
Alexandrepfilho Via Guiame Gospel