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O resgate dos reféns e a visão judaica da morte

Por que arriscar a vida de soldados em um combate para trazer os corpos, já que não há mais como salvar essas vidas?

FONTE: GUIAME, GETÚLIO CIDADEATUALIZADO: SEGUNDA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2024 ÀS 16:00
(Foto: Unsplash/Zoltan Tasi)
(Foto: Unsplash/Zoltan Tasi)

Na noite da última quinta-feira, 23 de maio, a fim de resgatarem os corpos de três reféns, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram uma operação na região de Gaza envolvendo intensos combates com terroristas do Hamas. A operação foi realizada com base em informes de inteligência que revelavam o local em que se encontravam. Tratava-se de três reféns assassinados nos ataques do dia 7 de outubro e levados pelos terroristas para Gaza. Dentre eles, estava um judeu-brasileiro, Michel Nissenbaum, 59 anos, pai de duas filhas e avô de seis netos, que imigrara para Israel aos 13 anos e definido pelo prefeito de Sderot, a cidade em que habitava, como um “devoto pai de família, amigo amado e um verdadeiro sionista”.

Após a operação, o primeiro-ministro Netanyahu elogiou a grande coragem dos militares que se arriscaram em território inimigo para trazer os corpos dos reféns para suas famílias a fim de sepultá-los em Israel. Outras autoridades e organizações se pronunciaram agradecendo o empenho e o feito das FDI. Trazer os corpos de reféns é uma tarefa não apenas urgente, mas imperativa para os judeus. Entretanto, para quem está de fora, surge a inevitável indagação: Por que arriscar a vida de soldados em um combate para trazer os corpos, já que não há mais como salvar essas vidas? Talvez essa operação pudesse ser adiada a fim de reduzir o risco para os combatentes. Ou não? A resposta não é tão breve e repousa na tradição judaica.

“E ao pó tornarás”

Primeiramente, dentro do judaísmo, o corpo humano é considerado sagrado. O corpo de um morto é equiparado a um rolo da Torá que tenha sido comprometido por algum problema que impeça sua leitura. O rolo não é mais usado, porém, permanece sagrado. Por isso, existem alguns costumes milenares a respeito do corpo após a morte. Isso envolve a limpeza e a vestimenta para o sepultamento, a recitação de orações tradicionais e a leitura de salmos, entre outros procedimentos. Vemos alguns deles nas Escrituras, incluindo os Evangelhos, como o uso de especiarias para ungir o corpo do próprio Jesus por parte das mulheres que foram até o sepulcro.

Um dos atos cerimoniais chama-se shmira que é a guarda do corpo desde a morte até o sepultamento. Um shomer, traduzido por guarda ou vigia, é aquela pessoa que permanece com o corpo durante todo o tempo, recitando orações e salmos. O propósito é mostrar respeito pelo corpo que, como criação divina, é sagrado, não largando-o de lado como um vaso sem utilidade. A impossibilidade de realizar esse ato com os corpos dos reféns levados para Gaza já traduz por si a agonia dos familiares.

Normalmente, o corpo deve ser sepultado até 24 horas ou o mais breve possível, conforme a Torá. A tradição diz que, com base em Eclesiastes 12:7, enquanto o corpo se decompõe, o espírito volta para Deus que o deu. Daí a necessidade de realizar o sepultamento o quanto antes. Esse foi outro ato cerimonioso cuja impossibilidade de execução angustiou profundamente os familiares dos reféns.

O sepultamento de judeus religiosos é feito com o corpo envolto em um lençol ou sudário, exatamente como foi o sepultamento de Yeshua, o que comprova quão antigo é esse costume. O sepultamento também é feito com o corpo em contato com a terra, não em um mausoléu acima do solo, por exemplo. Isso é mandatório devido ao decreto divino de que “tu és pó e ao pó tornarás” (Gn. 3:19). Por esse motivo também, a tradição judaica não autoriza a cremação, pois é vista como um ato de destruição do que Deus formou e uma maneira desonrosa de lidar com o corpo humano.

O Verdadeiro Juiz

O costume de rasgar uma parte da roupa pelos parentes mais próximos, quando se tem notícia da morte ou no sepultamento, conhecido por keriah, é bíblico e ainda praticado por alguns judeus a fim de expressar a dor da perda. Há poucos dias, na cerimônia de Yom HaZikaron (Dia da Lembrança), o presidente de Israel, Isaac Herzog, foi visto com a gola de sua camisa rasgada para demonstrar respeito e luto pelos soldados mortos em combate, assim como por todas as vítimas fatais do terrorismo desde a criação do Estado novo, em 1948.

Outro costume muito antigo é o luto de sete dias, conhecido como shivah que significa sete. É um período em que a família do morto permanece em casa recebendo visitas e sendo consolada por amigos e membros da comunidade. Remete-se a histórias e lembranças que honrem a memória do morto, salmos são lidos e orações levantadas com os presentes. Atenção especial é dada à família que deve ser assistida em tudo o que precisar nesse momento de dor e pesar.

Assim como no cristianismo, a ressurreição dos mortos é um dos fundamentos da crença judaica. Nela reside, em última instância, a esperança de ressurgir para uma nova e eterna vida no reinado do Messias. Esse é um tema recorrente das Escrituras e de vital importância para judeus e cristãos. Essa fé está registrada nas palavras de Marta a Yeshua, quando este chegou à sua casa, em Betânia, após a morte de seu irmão Lázaro. Yeshua lhe diz que Lázaro ressuscitará, ao que ela responde: “Eu sei que ressurgirá na ressurreição, no último dia” (Jo. 11:24). Ela ainda não tinha noção do milagre que estava prestes a testemunhar.

O Evangelho diz que havia muitas pessoas na casa de Marta e Maria, mesmo tendo passado quatro dias do sepultamento de Lázaro, que tinham vindo visitá-las para trazer consolo acerca de Lázaro (Jo. 11:19), um judeu querido na comunidade de Betânia. Foi assim porque estavam no meio da shivah, o que duraria ainda mais três dias. A propósito, a tradição talmúdica diz que, nos três primeiros dias após a morte, o espírito sobrevoa o corpo, achando que irá retornar para ele, seguindo, depois desse período, seu caminho. Essa tradição já existia no tempo de Yeshua e isso explica sua demora para chegar a Betânia após passados três dias, bem como suas palavras: “me alegro, por vossa causa, de que lá não estivesse para que possais crer (...)” (Jo. 11:15).

Deus nunca se atrasa, mas chega sempre na hora certa, embora, muitas vezes, não seja na hora que desejamos. A chegada de Yeshua, após três dias de shivah, fez com que a ressurreição de Lázaro fosse um estrondoso e indiscutível milagre, provavelmente o maior que realizou em seu ministério terreno. A esperança da ressurreição dos mortos na vinda do Messias de Israel, vívida no coração enlutado de Marta e certamente no coração enlutado dos parentes dos reféns assassinados, permanece firme no coração de muitos judeus ainda hoje, mesmo nos que ainda não confessaram Yeshua como Senhor. Deixamos isso nas mãos daquele que é justo e reto para julgar os vivos e os mortos. Por isso, diante da morte de qualquer pessoa, há uma bênção recitada que resume bem esse sentimento: Baruch Dayan HaEmet! — Bendito seja o Verdadeiro Juiz!

 

Getúlio Cidade é escritor, tradutor e hebraísta, autor do livro A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo e do blog www.aoliveiranatural.com.br.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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