Fachada do Museu Judaico de SP. (Foto: Reprodução / Museu Judaico SP)
O Museu Judaico de São Paulo (MUJ) abriu no domingo (5) as portas ao público pela primeira vez, após quase 20 anos de planejamento e organização pela própria comunidade.
Em uma mistura de tradição e modernidade, o museu foi instalado na antiga sede da Congregação Israelita Templo Beth-El, no bairro da Bela Vista, na capital paulista, que foi projetada no final da década de 1920 e tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP) em 2013.Um dos tópicos levados em consideração para o tombamento da estrutura pelo Conpresp foi justamente o projeto da criação do MUJ, que tem como missão "resgatar e preservar a memória da comunidade judaica em São Paulo e no Brasil".
Junto ao antigo prédio da sinagoga (templo da religião judaica) foi acoplada uma estrutura com design moderno, que aposta na transparência de uma fachada de vidros escuros e no minimalismo de detalhes.
"Esse prédio contemporâneo que foi acoplado à sinagoga simboliza essa intenção de ser um espaço não só aberto, mas conectado ao território, com o tempo presente. Essa junção da tradição com a contemporaneidade é algo muito no cerne do projeto", afirmou Felipe Arruda, diretor executivo do museu, o primeiro a contar a história do povo judeu na capital paulista.
O acervo do MUJ é composto por objetos, fotos e documentos doados por famílias e instituições da comunidade judaica, que avaliaram a importância de ceder recordações e artigos pessoais na criação de uma memória coletiva do passado do povo judeu, de forma que épocas como a do Holocausto não sejam esquecidas ou venham a se repetir.
"Conta a história da minha família durante o Holocausto, a fuga que tiveram que fazer da Alemanha para a China e, depois, para o Brasil", relata William Jedwab, neto de judeus, sobre os objetos que doou ao acervo do museu. "A história tem que ser lembrada, contada. Para a gente saber para onde vamos, temos que saber de onde viemos".
Bia Blay, curadora e coordenadora de exposições do MUJ, contou que o museu se fundiu ao antigo Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, expandindo ainda mais seu acervo.
Fonte: Guiame Gospel
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