O Dia dos Pais é comemorado no mês de agosto, uma data de homenagem e gratidão a eles que são uma parte tão importante na formação dos filhos. A Associação Vitória em Cristo preza pela família e tem como um de seus valores o cuidado com pessoas, por isso, convidou o pastor Cleo Holanda, psicólogo clínico, para responder a perguntas sobre paternidade e seus desafios. Confira:
- Qual o papel do pai na criação dos filhos?
O pai exerce um papel fundamental na criação dos filhos, pois, através dele, são fornecidas as necessidades emocionais básicas, formações de crenças centrais, intermediárias e formações de esquemas mentais que serão verdadeiros norteadores para a vida da criança em sua caminhada nesta terra.
- Como avaliar o que se deve ou não copiar da figura paterna?
Nenhum pai - por melhor que seja - consegue suprir todas as necessidades emocionais da criança, porém, com o amadurecimento e uma busca por autoconhecimento, o indivíduo poderá identificar modelos comportamentais que devem ser repetidos e outros que devem ser transformados. Existe um princípio básico no quesito família: copiamos, aceitamos ou transformamos.
Quando falamos de comportamentos disfuncionais explícitos, como agressão, abuso de substâncias e adultério, o ambiente e as experiências podem se tornar crenças, com isso, uma ajuda será necessária para trabalhar as questões mais subjetivas.
- Meu pai costuma criticar a maneira como educo meu filho. Eu
digo que a geração dele é diferente da minha, inclusive na criação das
crianças. Contudo, essas críticas me fazem pensar: existe jeito “certo” e
“errado” de criar os filhos?
Ao trabalharmos a educação dos filhos, de que maneira podemos afirmar que a criação “certa” é esta? Ela vai precisar de um balizador para isso. No caso dos cristãos, existe a Bíblia como base, o que ajuda de uma maneira extraordinária, mas, ainda assim, sofremos com as nossas subjetividades, fazendo com que a criação “correta” se torne algo dentro do padrão em que nós fomos inseridos. Nesse aspecto, o indivíduo que tem como padrão a Palavra de Deus, fará toda a diferença.
- Meu filho só me conheceu como dependente químico. Eu era
ausente ou, quando aparecia, o envergonhava. Agora, limpo e em
recuperação, quero me aproximar. O que devo fazer?
Realmente este tipo de situação causa muita dor e ressentimentos, porém, busque aos poucos a reaproximação. Quando estiver com seu filho, verbalize suas emoções e sentimentos para que ele possa compreender que o efeito da dependência química o levou ser ausente e agressivo, e peça perdão por tudo. Acima de tudo, demonstre atitudes de afeto, vínculo e segurança para seu filho, pois essas necessidades emocionais básicas foram as que lhe faltaram em seu período de disfuncionalidade.
- Eu tive um pai muito rígido, que não me abraçava e nem
demonstrava carinho. Falta pouco para eu ser pai agora e tenho medo de
ter algum bloqueio emocional com meu filho. Como vencer essa
dificuldade?
Acredito que sua auto-observação já lhe traz um ponto extremamente positivo, que é a sua preocupação saudável com o fato. Procure trabalhar com a técnica de “emoções opostas” que, no seu caso, é vencer o medo com a aproximação. Permita-se aproximar de seu filho, invista tempo de qualidade com ele, dê afeto e internalize que a partir de você a história de sua família começa a mudar. O importante é dar o primeiro passo!
- Sou muito cobrado por minha esposa para ser mais ativo na
vida dos nossos filhos. O problema é que trabalho o dia inteiro e, às
vezes, mesmo em casa, estou preso a e-mails e telefonemas. Como
equilibrar essa situação?
Inúmeras pesquisas afirmam que o importante na criação dos filhos não consiste nas horas passadas junto, mas na qualidade desse tempo. Procure organizar sua agenda, viabilizando um tempo específico semanal que você possa estar com eles de corpo, alma e espírito. Organização e planejamento são as chaves para que você possa priorizá-los e viver dias desenvolvendo memórias afetivas saudáveis.
- Sou pai de adolescente e meu filho não me ouve. Não importa
se eu brigo, ameaço colocar de castigo ou fazer qualquer coisa. Queria
ter uma relação melhor com ele, como quando ele era criança.
Se as palavras não fazem eco como antigamente, procure expressá-las em atitudes, pois adolescentes geralmente são muito observadores e se atentam demais para o comportamento dos seus pais. Essa fase na adolescência se torna desafiadora para os pais, por isso, o padrão comportamental será a maior arma positiva ou negativa dos pais.
- Separei da minha esposa recentemente e meu filho não quer
mais falar comigo. Tem me evitado e mal responde quando tento conversar.
O que posso fazer?
Geralmente, na separação, os filhos acabam “tomando partido” em favor do pai ou da mãe baseado no que eles ouviram ou perceberam. Nesse momento é importante deixar - como diz a expressão - “a poeira baixar” para, então, buscar uma aproximação pautada na assertividade, empatia e amor.
- Deixe um conselho para os pais que querem ser homens melhores.
Busque a Deus, procure o autoconhecimento, desenvolva habilidades sociais como: comunicação, assertividade e empatia; saiba lidar com suas vulnerabilidades e fraquezas, não tenha medo de fracassar e que suas atitudes possam falar mais alto que suas palavras.
Fonte: AVEC
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