O Evangelho de João relata um primeiro contato entre Jesus e Pedro, por intermédio
de seu irmão, o apóstolo André (João 1:41). Esse contato ocorreu antes do
início do ministério público do Senhor na Galiléia. Depois disto, Pedro e André
continuaram com a pescaria durante um período de tempo, até que
receberam um convite consequente de Jesus enquanto estavam pescando
no mar da Galiléia (Marcos 1:16s).
Mais tarde Jesus escolheu doze homens entre aqueles que o seguiam para
serem seus discípulos mais próximos. Assim, o apóstolo Pedro foi um
dos primeiros discípulos a ser chamado, e também era um dos três
que sempre estavam mais próximos do Senhor (Marcos 5:37; 9:2; 14:33).
Nas listas que trazem a relação dos doze discípulos de Jesus, o nome do
apóstolo Pedro sempre aparece primeiro (Marcos 3:16-19;
Lucas 6:14-16; Mateus 10:2-4; Atos 1:13,14).
O apóstolo Pedro durante o ministério de Jesus
O apóstolo Pedro teve uma participação muito ativa e significante
durante o ministério de Jesus. Como já foi dito, ele foi um dos primeiros
discípulos a ser chamado, estava entre os três mais próximos de Jesus, e
em muitas ocasiões agiu como porta-voz dos Doze (Mateus 15:15; 18:21;
Marcos 1:36s; 8:29; 9:5; 10:28; 11:21; 14:29; Lucas 12:41).
Pedro foi o discípulo que pediu para encontrar Jesus andando
sobre as águas (Mateus 14:28). Foi ele também, juntamente com
Tiago e João, que estiveram com Jesus no episódio da
transfiguração (Mateus 17:1-8).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, precipitadamente,
tentou repreender Jesus diante do anúncio de sua morte iminente
no Calvário (Mateus 16:22).
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era,
o apóstolo Pedro foi o primeiro a responder confessando que Ele era o
Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16). O próprio Jesus atribuiu a
resposta de Pedro como uma revelação de Deus que foi dada a ele.
Nessa mesma ocasião Jesus pronunciou a famosa frase “tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Essa frase é alvo de
intensos debates, deste muito tempo.
Pelo jogo de palavras que envolve o significado do nome “Pedro”,
surgiram muitas interpretações. Duas delas são as mais antigas e
conhecidas: alguns sugerem que a “pedra” seria o próprio Pedro;
enquanto outros defendem que a “pedra” seria diretamente a verdade
que foi declarada por Pedro, isto é, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
O apóstolo Pedro ouviu diretamente de Jesus a ordem “apascenta
minhas ovelhas” (João 21:17). Numa determinada ocasião, Pedro
questionou Jesus sobre a situação dele e dos demais que haviam
deixado tudo o que tinham para segui-lo, e ouviu do Senhor a promessa das
bênçãos do reino de Deus (Marcos 10:28; Lucas 18:28).
O apóstolo Pedro também aparece de forma bastante ativa
durante a narrativa dos últimos momentos do Senhor Jesus antes
da crucificação. Juntamente com o apóstolo João, Pedro recebeu a
incumbência de organizar a última ceia em Jerusalém (Lucas 12:8).
Inicialmente ele também se recusou a deixar que Jesus lhe lavasse os pés,
mas quando foi advertido sobre a importância e a necessidade daquele
ato do Senhor, ele pediu até mesmo um banho (João 13).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, conforme Jesus havia
dito, o negou três vezes antes que o galo cantasse duas vezes na ocasião
que envolve a prisão e crucificação do Senhor. Na verdade essa sua negação
contrasta diretamente com o comportamento valente e violento que ele demonstrou
ao cortar a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, durante a prisão do Senhor.
Diante do olhar de Jesus, ao lembrar-se das palavras do Mestre,
Pedro se arrependeu profundamente (Mateus 26:34-75; Marcos 14:30-72;
Lucas 22:34-62; João 18:27).
É possível que o apóstolo Pedro tenha testemunhado a crucificação, apesar
dos Evangelhos não o mencionarem (cf. 1 Pedro 5:1). Cristo ressurreto
apareceu pessoalmente ao apóstolo Pedro (Lucas 24:33,34; 1 Coríntios 15:5).