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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

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Entenda o que Jesus disse às 7 igrejas de Apocalipse: Éfeso

Escatologia e Fim dos Tempos.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONIATUALIZADO: SEGUNDA-FEIRA, 5 DE FEVEREIRO DE 2024 ÀS 14:55
(Foto: Wikimedia Commons)
(Foto: Wikimedia Commons)

“Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia". (Ap 1.11)

Vamos ao contexto

Paulo trabalhou por alguns anos na igreja de Éfeso, para quem escreveu a “Carta aos Efésios”. Era a cidade mais importante da província romana da Ásia.

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A Igreja em Éfeso tinha uma visão dela mesma — era uma igreja que não aceitava doutrinas pagãs. Mas Jesus deu outro diagnóstico, ele disse que se tratava de uma igreja que tinha abandonado o primeiro amor.

Todas as igrejas daquela época enfrentavam um contexto de perseguição. O livro de Atos registra os martírios de Estevão e de Tiago, irmão de João. Além dos sofrimentos de Paulo e de tantos outros que enfrentaram enormes dificuldades por não negarem o nome de Cristo.

Pelos judeus, os cristãos foram perseguidos por afirmarem que Jesus de Nazaré era o Messias. Também foram perseguidos pelos próprios cristãos por aceitarem os convertidos gentios sem a exigência de que eles fossem circuncidados.

Outro motivo da perseguição se deu por conta da confissão básica do cristianismo — Jesus é o Senhor. Esse foi um grande problema diante do Império Romano, pois reconhecer que Jesus era Senhor significava contestar o poder absoluto do imperador.

Perseguição e crueldade no primeiro século

No primeiro século, Nero acusou os cristãos pelo incêndio em Roma, já que ele precisava de um “bode expiatório”. A cidade foi toda destruída. Nessa época, muitos cristãos inocentes foram presos e mortos.

Alguns eram vestidos com peles de animais e depois eram atacados por cães famintos. Outros eram crucificados ou usados como tochas para iluminar as ruas. As ações eram tão cruéis que até as pessoas hostis ao cristianismo criticavam Nero.

Depois veio o imperador Domiciano, também acusado de amplos ataques contra a Igreja, até a chegada de Constantino. Lembrando que, após algumas décadas da redação do livro de Apocalipse, o governador romano Plínio escreveu ao imperador Trajano a fim de solicitar instruções sobre os parâmetros para punir os cristãos confessos.

Nisto, fica claro que o cristianismo foi considerado uma séria ameaça à ordem social do Império Romano do início do século II. Até os dias de hoje existe a perseguição aos cristãos em mais de 50 países do mundo, onde ter uma Bíblia ou confessar o nome de Jesus Cristo como Salvador é considerado crime com punições severas, incluindo prisão, tortura e até morte.

(Foto: worldhistory)

Sobre as cartas às sete igrejas 

Vamos iniciar os estudos dentro dos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. O tema “As sete cartas” é bem interessante. A frase “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” é repetida sete vezes, dando a ideia de que cada carta é destinada a um público maior que só a igreja local.

Segundo o teólogo Hernandes Dias Lopes, os estudiosos entendem que as cartas foram escritas para as igrejas perseguidas da época e também para a igreja no mundo todo “em todo tempo, em toda geografia”.

Ter ouvidos significa estar aberto para ouvir o que o Espírito tem a dizer. O plural “diz às igrejas” sugere que, apesar de cada igreja ter a sua mensagem particular, o que Cristo diz às demais também deve ser considerado.

Éfeso: a igreja mais importante da província

Éfeso era a principal cidade da Ásia e nela estava a igreja mais importante de toda a província. No primeiro século, era o principal porto da Ásia Menor e também um centro religioso. Para gregos e romanos era a cidade da Deusa-Mãe, Ártemis ou Diana. Veja o que a Bíblia diz:

“O escrivão da cidade acalmou a multidão e disse: Efésios, quem não sabe que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Ártemis e da sua imagem que caiu do céu?” (Atos 19.35)

Havia ali um enorme templo que era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. O imperador também era adorado pelo povo. Éfeso era conhecida no mundo todo por suas artes mágicas e práticas supersticiosas.

Tudo indica que a igreja de Cristo foi fundada naquele lugar por Áquila e Priscila, que chegaram na cidade junto com Paulo. O trabalho feito por eles se tornou o “centro do evangelismo” e se espalhou para as províncias da Ásia, ou seja, foi um grande trabalho missionário.

‘Conheço as tuas obras’

Jesus disse o seguinte para o apóstolo João:

“Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro.” (Apocalipse 2.1)

As características de Jesus nessa carta remetem ao encorajamento, ou seja, aconteça o que acontecer, Ele estaria cuidando de tudo e de todos. Lembrando que essa promessa é também para a igreja global.

Em seguida, Jesus descreve a condição da Igreja em Éfeso:

“Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido.” (Apocalipse 2.2-3)

Jesus elogia o zelo, a ortodoxia e a prática dessa igreja. Mas ela estava perdendo o amor, que é essencial para a vida saudável dos cristãos.

Depois Ele fala sobre o “ódio aos nicolaítas”, que eram os seguidores de uma heresia que tinha se infiltrado na igreja primitiva, principalmente em Éfeso e Pérgamo. Alguns estudiosos dizem que o nome da seita estava ligado a um líder chamado Nicolau e que suas práticas eram semelhantes à “doutrina de Balaão”.

Um ponto interessante do pensamento dos nicolaítas é que eles defendiam o “poder hierárquico”. Isso tem bastante semelhança com a Igreja dos dias atuais.

E na sequência, Jesus repreende os efésios:

“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.” (Apocalipse 2.4)

Provavelmente, o entusiasmo inicial pela comunidade cristã estava deixando de existir. Esse é o primeiro sinal de alerta para qualquer igreja. Abandonar o “primeiro amor” é o fracasso que ataca a vida cristã pelas suas bases, ou seja, é o que faz abalar a estrutura.

No contexto bíblico, entendemos que eles estavam cansados de combater os falsos mestres e os ensinos dos nicolaítas. Isso pode acontecer com qualquer um de nós.

“Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar.” (Apocalipse 2.5)

Ter o candelabro retirado significa perder o privilégio de ser igreja. Sem amor, a igreja deixa de ser um reflexo de Cristo e de ser a “luz do mundo”.

Não perca o seu “primeiro amor”

“Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.” (Apocalipse 2.7)

Segundo a Bíblia, o “vencedor” é aquele que vence permanecendo fiel até a morte. E “comer da árvore da vida” significa ter a vida eterna.

Tudo o que Jesus disse aos cristãos da Igreja em Éfeso tem extrema relevância para a nossa geração. Estamos falando de uma carta escrita por Jesus. E a Igreja em Éfeso era a mais importante da época, numa cidade centralizada e repleta de turistas.

Conforme comparou Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy, a Igreja em Éfeso era uma mega church, onde o próprio João pastoreou e onde Maria, a mãe de Jesus, frequentou. Além disso, historiadores afirmam que Timóteo também foi pastor nesta igreja.

Era uma igreja maravilhosa, plantada por Paulo e que foi elogiada por Jesus. Em nossos dias, podemos viver o mesmo — ter boas obras, conhecimento, perseverança e constância — e, no entanto, não viver no primeiro amor.

Não se trata do que sabemos ou fazemos no nome de Jesus, mas o que sentimos por Ele. Quem é o amor da sua vida? Pense profundamente sobre isso!

E esse foi o estudo desta semana. Espero ter tirado sua dúvida e também colaborado para seu crescimento espiritual. Beijo no coração e até a próxima, se Deus quiser!

Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o movimento Bíblia Investigada e ajuda pessoas no entendimento bíblico, na organização de ideias e na ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.

*O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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Alexandrepfilho Gospel Via Guiame Gospel    

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