Luiz Sayão fala sobre a origem da Páscoa: “A Páscoa judaica é a mãe da Páscoa cristã”
“Se não entendermos esse cenário da libertação do Egito, fica difícil entender a libertação que temos em Cristo”, disse.
fonte: Guiame, Cris Beloni
Atualizado: Sexta-feira, 2 Abril de 2021 as 3:19
Em uma live com o professor de cultura e tradição judaica, Daniel Woods, na quarta-feira (31), o teólogo e hebraísta Luiz Sayão falou sobre a Páscoa no sentido original, conforme as Escrituras Sagradas, ponto de referência da tradição judaico-cristã. A Páscoa judaica é descrita em Êxodo 12, no segundo livro da Lei (Torá), enquanto que a Páscoa cristã é narrada nos evangelhos sinóticos (Mateus 26, Marcos 14 e Lucas 22).
Sobre a Páscoa judaica, Woods explica que foi um plano de redenção da parte de Deus para os hebreus para libertá-los da escravidão. “A Páscoa também fala do povo de Israel sendo perseguido pelos milênios, mas sobrevivendo em diversos lugares, algo que é inexplicável”, disse o judeu.
Depois lembrou da história de José, que se tornou o segundo no Egito. “Ele preparou o Egito de maneira que nenhuma outra nação foi preparada e com isso se tornou o ‘supermercado’ dos demais países”, mencionou. Bênção e maldição ao mesmo tempo, porque o Egito foi o palco da escravidão do povo hebreu.
A Páscoa do passado e do futuro
De acordo com Sayão, a aliança entre Deus e os israelitas garante a esse povo a libertação. Ao evento específico da libertação dos israelitas das mãos dos egípcios dá-se o nome de Páscoa.
E, no Novo Testamento encontramos a Nova Aliança através da chegada do Messias. “Ali, descobrimos a nova Páscoa, que lembra da Páscoa antiga, mas agora realinhada. Jesus comemorou com os discípulos uma lembrança especial”, observou o hebraísta.
“Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim. Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha.” (1 Coríntios 11.25,26)
Ao mesmo tempo em que lembravam da “grande libertação” na época do Egito, Jesus os fazia entender a grande libertação futura oferecida a todos. “Eles ganharam identidade na Nova Aliança e vimos que a Páscoa respondeu a muitas perguntas sobre opressão, liberdade, vida e morte. E a morte é o fim de todo discurso, é o desfecho de toda inquietação e discussão”, frisou.
Sayão esclarece que, a Páscoa que tem identidade e libertação, é a Páscoa da ressurreição, aquela que fala do futuro. “Essa Páscoa nós celebramos com grande alegria e corremos para ela, com a mesma pressa que os discípulos correram para o túmulo a fim de descobrir que ele estava vazio, porque a ressurreição é a garantia do futuro, nas mãos do Deus que salva e que nos faz sentir seguros”, descreve.
O hebraísta fecha o tema observando que poucas pessoas comemoram a Páscoa lembrando que a celebração de Jesus com os discípulos foi feita num ambiente totalmente ligado à Páscoa judaica. “Se não entendermos esse cenário da libertação do Egito, fica difícil entender a libertação que temos em Cristo”, disse ao Guiame.
“A Páscoa tem esse vínculo com a história dos judeus. É por isso que, historicamente, o significado da nossa Páscoa, hoje, tem sua base na Páscoa judaica — que é a ‘mãe’ da Páscoa cristã, finalizou.
Fonte: Guiame Gospel
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